Orientações Diocesanas de Pastoral apontam para continuidade do trabalho de auto conhecimento das diferentes realidades sociais e eclesiais do arquipélago
O Bispo de Angra insiste na necessidade de “dar continuidade ao plano paradigmático e programático” que a diocese iniciou este ano procurando ser uma igreja missionária atenta às periferias, tendo sempre como prioridade a misericórdia.
Nas Orientações Diocesanas de Pastoral, a que o Sítio Igreja Açores teve acesso esta terça feira, D. António de Sousa Braga diz que, apesar do ano ter sido “frutífero na identificação e caracterização das periferias” da sociedade açoriana, “isso não pode acontecer de um momento para o outro”.
Trata-se de “um processo, que é preciso desencadear, ao longo do tempo” e o Ano Santo da Misericórdia “é uma oportunidade para desencadear esse processo, com iniciativas, que ajudem a um melhor conhecimento da nossa realidade”, diz o responsável pela Igreja católica nos Açores.
“Neste mundo em mudança, quais são as novas periferias, em que urge intervir? Não apenas com a esmola, mas desencadeando um processo de autêntica promoção humana e social”, sublinha o prelado.
“Vão nesse sentido as Orientações Diocesanas de Pastoral para 2015-2016 que aqui apresento e aprovo, como compromisso da Diocese de pôr em movimento, nos próximos anos, este processo de uma nova saída missionária da igreja”, diz D. António de Sousa Braga.
“Esta alegria é para nós tão intensa e convincente e a saída tão necessária quanto urgente, que não se esgotam num ano pastoral. Por isso, o programa é para continuar, como «conversão missionária»interna (ad intra) e sonho missionário de chegar a todos (ad extra)”, frisa ainda o Bispo de Angra.
Por isso, pede à Igreja que seja “misericordiosa como o Pai” e tenha em conta um conjunto de circunstâncias que se conjugam neste ano pastoral.
Ao longo de 39 páginas de orientações, agrupadas em cinco capítulos- uma nota introdutória; Um coração Misericordioso que nos visita como sol nascente; o Calendário Diocesano; o Comunicado final do Conselho Presbiteral e ainda a identificação das obras de misericórdia e um conjunto de orações, o prelado apresenta uma série de “factos”que vão nortear este ano pastoral.
Desde logo o Sínodo sobre a Família “com as conclusões a que irá chegar e o seguimento que o papa Francisco lhe dará, com todas as consequências práticas que impliquem na vida e organização das nossas comunidades cristãs”.
A Diocese participou “ativamente” na preparação das duas assembleias sinodais, contribuindo para o Instrumento Laboris, naquilo que é a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo, lembra o Bispo de Angra que evidencia a importância do Evangelho de Lucas, na abertura do novo ano pastoral.
Aqui “destaca-se a misericórdia e o perdão de Deus para connosco, e de cada pessoa para com a outra. A Misericórdia que se realiza sacramentalmente na Penitência celebrada, reabilita-nos pela graça divina, a fim de vivermos “em Cristo” para Deus e para os outros”, frisam as Orientações Diocesanas de Pastoral.
O documento fala, ainda, da “visita ao Concílio Vaticano II, por ocasião do Jubileu de Ouro da sua clausura, em Dezembro de 2015, onde Jesus aparece como Luz dos Povos e a Igreja como sacramento universal de salvação”, justamente no dia em que se dá inicio ao Ano Jubilar da Misericórdia, a 8 de dezembro.
Nas Orientações Diocesanas de Pastoral, intituladas “Misericordiosos como o Pai”, aproveita-se a oportunidade para sublinhar a importância da visita da Imagem Peregrina à Diocese.
“ Em Janeiro e Fevereiro de 2016 recebemos, de braços a abertos, a visita da imagem peregrina de Nossa de Fátima, que, em 100 anos, visita, pela terceira vez, as ilhas dos Açores”, diz o documento destacando que “a visita requer uma boa preparação, acolhimento e celebração”, com um especial empenho “do Movimento da Mensagem de Fátima, da Legião de Maria e demais movimentos marianos que são chamados, em cada ilha, a envolverem-se nesta dinâmica para o cumprimento da missão apostólica da visita”.
O texto lembra, ainda, que em fevereiro de 2016 se encerrará o Ano dedicado à Vida Consagrada, cuja finalidade foi fazer memória agradecida do passado; abraçar o futuro com esperança e viver o presente com paixão e, por isso, “ É tempo dos consagrados em missão na nossa Diocese atualizarem estes objetivos, inspirados em Santa Teresa de Ávila”.
“As nossas comunidades sairão muito enriquecidas com esta presença, de profecia e de esperança, que se há de refletir na pastoral familiar, juvenil e vocacional”, conclui .
O ano pastoral começa no primeiro domingo de outubro e as Orientações Diocesanas de Pastoral foram escritas pelo Vigário Geral da Diocese, Cónego Hélder Fonseca Mendes.