II Jornadas diocesanas de comunicação realizam-se dia 4 de novembro
As jornadas diocesanas de comunicação têm um duplo objectivo: sublinhar a função social dos media na construção da sociedade e lembrar-lhes que isto acarreta também responsabilidades, afirma o diretor do Serviço Diocesano da Pastoral das Comunicações Sociais da Igreja.
O cónego Ricardo Henriques é o convidado do programa de rádio Igreja Açores deste domingo, no âmbito das jornadas diocesanas da comunicação que se realizam dia 4 de novembro, no Seminário Episcopal de Angra, na ilha Terceira.
O sacerdote lembra o passado recente da diocese, ex proprietária de vários títulos informativos que entretanto fecharam, para sublinhar a importância da comunicação social de inspiração cristã no arquipélago onde ainda existem dois títulos centenários- A Crença e O Dever-, propriedade das respetivas paróquias- Vila Franca do Campo e Lages do Pico, respetivamente-.
“Nós acreditamos que a comunicação social veicula o que é a noticia mas também o que é o ser humano, o valor da vida, da verdade, da justiça, o respeito pela vida” refere o sacerdote lembrando que “se estes valores forem iluminados pela fé têm uma dimensão de construção da sociedade, contribuindo para a criação de uma mentalidade inclusiva”.
E, acrescenta: “não estamos no mundo sozinhos; precisamos de nos relacionar com os outros e somos portadores de um conjunto de valores interiores que nos devem iluminar na relação com esses outros, sobretudo no respeito; valores da vida que são universais: o valor da verdade, da justiça, do bem estar, da necessidade de respeitarmos o outro” adianta.
Na entrevista que vai para o ar este domingo na Antena 1 Açores e no Rádio Clube de Angra, a partir do meio dia, o sacerdote que tem sido o porta voz da diocese, fala dos “desafios que se colocam à igreja na relação com os media e destes para com a sociedade, ajudando a formar, a educar e a responsabilizar”.
“Há uma série de valores humanos, que são também valores cristãos, que têm uma dimensão de construção da sociedade e que são importantes para contribuir para a criação de uma mentalidade inclusiva, uma mentalidade em que todos compreendamos que não estamos sozinhos e que precisamos dos outros”, destaca ainda na entrevista.
“São valores que atravessam o ser humano por dentro e que os eleva para saberem estar na vida de uma forma melhor e por isso somos poucos para nos ajudarmos a construir esta sociedade” refere o Cónego Ricardo Henriques.
“Cada órgão de informação pode ser um contributo para a criação de valores cristãos, criando uma mentalidade inclusiva” destacou ainda.
As jornadas, abertas ao público em geral têm dois conferencistas- os professores catedráticos Manuel Ponto (Universidade do Minho) e Viriato Soromenho Marques (Universidade de Lisboa)- para além de profissionais da comunicação das principais ilhas do arquipélago.
“Estamos numa época diferente das redes sociais, onde todos escrevem e de alguma forma todos somos “jornalistas ou opinion makers” e tudo isto tem de ser construído com base em valores pois uma rede social pode edificar mas também pode destruir e nós queremos e defendemos uma sociedade melhor”, conclui o sacerdote, que é pároco in solidum na Sé de Angra.
“O espaço público transformou-se e a igreja não pode ficar de fora” quer na difusão de valores quer na influência da sua construção, refere ainda lembrando que “a família é decisiva neste processo em que os mais novos, muito familiarizados com as novas tecnologias, desenvolvem as suas relações e criam conhecimento”
A entrevista do Cónego Ricardo Henriques vai para o ar este domingo depois do meio dia na Antena 1 Açores e no Rádio Clube de Angra. Um programa da responsabilidade editorial da diocese de Angra, com apresentação de Tatiana Ourique, no qual serão abordados outros temas como as festas do Divino Espirito Santo, a reunião dos sacerdotes com menos de dez anos de ordenação com o bispo de Angra e a tradição do Pão por Deus.