Ano do Jubileu marcado por diferentes momentos mensais de reflexão, partilha e diálogo com a sociedade açoriana
As propostas apresentadas pela Diocese de Angra para o Ano Santo da Esperança são “abundantes” mas todas elas visam celebrar Jesus assumindo-se como “um canto de esperança” para a Igreja local em diálogo com o mundo.
Um dos eventos mais impactantes é a Aldeia da esperança, que se realizará em São Jorge de 21 a 25 de julho, procurando reunir jovens de todas as ilhas e dar “continuidade ao compromisso dos jovens para com Jesus e trazer um novo entusiasmo à ação pastoral diocesana dos jovens e com os jovens”, depois da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, no ano passado.
“Esta iniciativa concreta, proposta e aprovada no Conselho Pastoral Diocesano (CPD) de junho passado, reveste-se de primordial importância, sendo assumida como uma espécie de “mini jornadas da juventude”, centradas no tema do Cuidado com a Criação e da Esperança” pode ler-se no documento hoje dado a conhecer como o Projeto Pastoral diocesano para 2025.
“Formar, celebrar, dialogar e cuidar” são os três verbos utilizados para desenvolver as iniciativas concretas do último dos três laboratórios definidos para o biénio de 2023-2025, intitulado de Laboratório da Esperança e que aponta para a dimensão celebrativa do Jubileu.
Este tempo celebrativo, que se iniciará a 29 de dezembro de 2024, com a abertura de nove Igrejas jubilares, de olhos postos na Catedral diocesana, em Angra do Heroísmo, e com os Santuários e todas as demais Igrejas Jubilares abertas até ao dia 28 de dezembro de 2025, “deverá ser para toda a diocese uma oportunidade para cada um aprofundar o seu batismo, vivendo individual e comunitariamente aspetos centrais da dinâmica jubilar- a Peregrinação, a Porta Santa (que em todas as Igrejas particulares, não haverá Porta Santa mas sim a Igreja jubilar), a Reconciliação, a Oração, a Liturgia, a Profissão de Fé e a Indulgência- para que cada cristão possa ser a expressão de uma esperança assente no amor de Deus, que se oferece como dom a um mundo marcado pelo desamor e pela desesperança”, pode ler-se num dos textos, assinado pelo Grupo Coordenador do Jubileu que consta do documento já referido.
O `itinerário´proposto conjuga momentos formativos e celebrativos, que “inclui ações de caridade e testemunho dos valores evangélicos, onde o diálogo e o cuidado sintonizam o nosso coração”, poder ler-se ainda.
Entre as propostas está um ciclo de conferências, intitulados `Diálogos no tempo´, nos quais a Diocese, através do Instituto Católico de Cultura em parceria com as Ouvidorias, promoverá um ciclo de conferências, tertúlias ou debates -por vezes mais do que um por mês- a realizar nas diferentes ilhas em espaços determinados, preferencialmente fora do espaço litúrgico.
“Estes momentos, abertos a crentes e não crentes, destinam-se a conhecer, aprofundar e discernir sobre as razões da Esperança cristã, a partir dos sinais dos tempos que nos revelam uma humanidade ferida e faminta de amor, que procura um sentido para a vida”.
Sugere-se, por outro lado, a realização de duas peregrinações- abertura e fecho do ano jubilar- às Igrejas jubilares da Diocese, nos dias 29 de dezembro de 2024 e 28 de dezembro de 2025. Haverá ainda outras peregrinações especialmente dirigidas a agentes pastorais dos diversos setores da vida das comunidades cristãs, cuja organização fica a cargo dos serviços diocesanos e movimentos.
A Diocese está, igualmente, a preparar uma Via Lucis original e musicada, envolvendo essencialmente jovens, que decorrerá em Ponta Delgada, no mês de maio, e que pretende ser mais um momento de expressão da fé através das artes performativas.
O “Caminho de Luz”, é um exercício piedoso feito no tempo pascal, que começa com a celebração da Ressurreição do Senhor e termina cinquenta dias depois com a solenidade de Pentecostes.
Haverá ainda o ciclo do órgão- A Esperança em tons sonoros- , um conjunto de três concertos em cada um dos tempos litúrgicos e a iniciativa “Missão Esperança” que visa potenciar o acolhimento, a inclusão e a integração de grupos diferentes nas comunidades valorizando a sua participação.
“Desafiam-se grupos de jovens, grupos de catequese, grupos de movimentos como Esperança e Vida e Oração e Vida e grupos corais a visitar lares, hospitais e instituições de acolhimento de outros jovens a organizarem-se por turnos e trocar um dia de catequese, de ensaio ou de atividade de grupo para fazer uma missão num desses lugares que lhes sejam mais próximos, nas suas ouvidorias” pode ler-se.
O Projecto Pastoral da Diocese, tornado publico este domingo, no arranque de mais um ano pastoral conta ainda com três subsídios de reflexão e aprofundamento nas comunidades eclesiais sobre o Jubileu: um texto sobre a história dos anos santos na Igreja assinado pelo cónego António Manuel Saldanha; outro sobre a Esperança do padre Nelson Pereira e outro sobre a Peregrinação, assinado pelo teólogo pastoralista padre Paolo Asolan.
Todos os textos terminam com questões sugeridas para o “estudo e reflexão “ das comunidades e definidas como oportunidades de formação.
O documento abre com uma Carta Pastoral do bispo de Angra para este ano, o último do biénio.