Iniciativa decorre no terceiro domingo a seguir à Páscoa e realiza-se no Salão de São José
Os quatro ranchos de romeiros da cidade de Ponta Delgada- ranchos de São Pedro, São José, São Sebastião e Santa Clara- vão organizar conjuntamente o Dia do Romeiro, que se realizará a 26 de abril.
A iniciativa anual dos Romeiros é o grande convívio entre romeiros e famílias a seguir à Quaresma e uma oportunidade para testemunharem vivências das romarias.
Luís Bettencourt, do Rancho de São José, sublinhou a importância desta “unidade” dos romeiros da maior cidade do arquipélago e pediu aos ranchos que sigam este exemplo que também poderá servir de alavanca “à verdadeira união e sentido de comunhão entre os vários irmãos romeiros”.
O Dia do Romeiro é comemorado no terceiro domingo a seguir à Pascoa, Mas, neste momento há uma proposta para a alteração desta data que por ser móvel nem sempre facilita a participação da maioria dos romeiros, desde logo porque a seguir à Páscoa começam a surgir as festas do Divino Espírito Santo e de algumas comunidades paroquiais , o que aumenta as dificuldades. A proposta, que está neste momento em cima da mesa e que consta de um conjunto alterações ao regulamento das Romarias Quaresmais de São Miguel, que estão aprovadas mas em fase de redação final, cuja conclusão foi remetida para o principio do verão, é deslocar este dia para o inicio do ano pastoral.
Os responsáveis pelos 54 ranchos de Romeiros de São Miguel estiveram reunidos este domingo em retiro, na Escola Secundária da Ribeira Grande. Na hora do acolhimento falaram, para além do assistente espiritual, Pe Nuno Maiato, dois elementos do Grupo Coordenador.
João Carlos Leite, coordenador, lembrou a ida do Movimento a Roma e as palavras do Papa Francisco- “Que o Espírito Santo aplane os vossos caminhos”- para renovar o sentido de compromisso e de responsabilidade dos romeiros não só no tempo da Quaresma mas durante todos os dias do ano.
“Ainda há quem pense que nós somos cristãos de uma semana mas cabe-nos a nós corrigir essa ideia, apostando na nossa formação humana e espiritual e também na pastoral”, sublinhou o coordenador do Grupo de Romeiros de São Miguel, que voltou a anunciar a formação de equipas formativas que estarão disponíveis para ajudar nessa formação ao nível de cada uma das ouvidorias.
“É necessário o envolvimento de todos para caminharmos em conjunto, com todas as nossas diferenças, que fazem a nossa riqueza, e que devem ser potenciadas para darmos um grande testemunho cristão”, disse João Carlos Leite lembrando os discípulos de Imaús que, apesar do desalento, foram para a Eucaristia e converteram-se.
“Muitas vezes também sentimos esse desalento mas as nossas romarias renovam-nos as forças. Temos de caminhar para que essa renovação seja permanente”, concluiu.
Ildeberto Garcia agradeceu o empenho pessoal do Bispo de Angra e de Monsenhor José Bettencourt nesta “romaria” A Roma, que constituiu “um momento extraordinário de vivência espiritual” que a todos responsabiliza.
O dirigente lembrou na íntegra o cerimonial e as palavras do Santo Padre e pediu a todos que rezem na próxima romaria, pelo menos um terço em intenção do Papa Francisco.
O retiro dos Romeiros começou de manhã com o acolhimento, seguiram-se quatro testemunhos sobre “A Alegria de Ser Cristão” do Pe Luís Leal, contramestre do Rancho de São José; Tomaz Dentinho, professor universitário e romeiro no Rancho de Nossa Senhora da Conceição, em Angra do Heroísmo e das Irmãs Tânia da Encarnação e Maria do Rosário, de São José de Cluny e Clarissas, respetivamente. À tarde ainda participou também com o seu testemunho o sacerdote Dehoniano, Pe Paulo Vieira. O retiro terminou com a celebração da Eucaristia e a adoração do Santíssimo.