Pelo padre Ricardo Henriques *
O Dia da Igreja Diocesana que hoje e no próximo domingo celebramos, certamente faz-nos interrogar sobre a nossa Igreja local. Que Igreja queremos? E como queremos estar nela?
Com a chegada de D. Amando à nossa Diocese consegue perceber-se a preocupação de olhar as realidades e analisá-las a partir do concreto. Sem fazer comparações – sempre incompletas – a verdade é que agora olha-se para Igreja não tanto como uma estrutura, mas mais como pessoas em concreto.
O que é que as pessoas estão a dizer à Igreja Diocesana neste tempo que nos é dado viver?
Que Igreja Queremos, e, sobretudo, como queremos estar nela?
A resposta será dada por cada pessoa e não nestas mal alinhavadas e desinspiradas linhas.
Porém, todos quereremos uma Igreja simples, transparente e humilde, que procura conhecer melhor o terreno que pisa e em razão disso agir em conformidade.
Não sei como queremos ser Igreja. Mas já todos percebemos que não será como há 30 ou 40 anos em que a população apresentava outros números e o interesse pela vida cristã, sobretudo, no laicado, tinha uma expressão bem maior do que atualmente.
QUEREMOS CAMINHAR EM CONJUNTO? Ou cada um para seu lado, por sua conta e risco?
Não eliminando as diversas sensibilidades que sempre existiram e existirão na Igreja local, parece-me haver um capital de Esperança quando nos convencermos que é em conjunto que podemos caminhar – rezar, evangelizar e servir – e sem essa convicção continuaremos a marcar passo, presos a posições e sensibilidades pessoais enfeudadas em cada um.
Caminhar em conjunto, bem o sabemos, é um capital de Esperança para a nossa Igreja local, aliás na linha do nosso Papa Francisco que aponta ao jubileu da Esperança em 2025.
Na minha opinião, o foco estará sempre na formação como prioridade, quer dos leigos quer dos sacerdotes, pois ela é necessária para o impulso evangelizador que a realidade está a impor.
Nunca esqueço o que disse o meu antigo professor da Filosofia no Seminário, P. Dr. Caetano Tomas, de feliz memória, quando, por ocasião da nomeação de D. António Sousa Braga em 1996 para 38º Bispo de Angra, com a frontalidade que se lhe reconhecia, referiu mais ou menos textualmente, numa igreja desta cidade de Angra: «esta Diocese nunca foi “boa” para os seus bispos, começa com muito entusiasmo e passados uns meses….», e mais não disse sobre o assunto mas todos perceberam o que queria dizer.
Concluo, repetindo a pergunta: Como queremos estar na nossa Igreja Diocesana?
*O padre Ricardo Henriques é Diretor do Serviço Diocesano da Comunicação Social