Iniciativa da pastoral familiar decorreu no Centro Pastoral Pio XII
O Serviço Diocesano da Pastoral Familiar promoveu esta sexta feira um encontro destinado a casais sobre “Como educar Hoje- Desafios das Novas Tecnologias”, com a socióloga Piedade Lalanda e a professora do ensino básico Célia Costa.
A sessão, que começou por uma exposição de ambas as investigadoras, seguida de um debate com os participantes, percorreu o mundo das novas tecnologias, a relação dos mais novos com elas e as suas potencialidades, chamando a atenção para a necessidade de pais e educadores olharem para as novas tecnologias como algo natural mas cuja utilização implica regras e limites que devem ser definidos sobretudo pelos adultos, através do exemplo.
Piedade Lalanda sublinhou as semelhanças entre aquilo que alimenta a rede social e o que alimenta a família, centrando a atenção na questão da relação.
“O que alimenta a rede social é o mesmo que alimenta a família” disse a docente universitária destacando que, nas duas realidades, o que está em causa é “estarmos ligados”.
“Na vida é importante estarmos ligados” e que estas ligações sejam construtoras de laços e de relações, acrescentou ainda Piedade Lalanda salientando que tal como na família, as novas tecnologias permitem estabelecer ligações.
“O verbo ligar é importante porque são os laços que constroem os grupos, as redes e as relações. Isto significa viver” referiu sublinhando que o importante é, em cada momento, estar focado e dar atenção ao outro.
“Viver significa estar ligado e investirmos nessas ligações, que acabam por nos transformar porque são baseadas em trocas, que manifestam interesse e, como educar não é mais do que construir ligações fortes, a internet e as novas tecnologias também podem ser um veículo de aproximação” disse ainda.
Célia Costa centrou a sua análise na infância e, por isso, deixou algumas dicas aos pais no sentido de uma boa gestão da relação com os filhos no que respeita ao uso das novas tecnologias.
“A relação das crianças com as novas tecnologias é um dos desafios que nós pais e educadores temos no dia-a-dia” dado que hoje as crianças além de nativas digitais utilizam as novas tecnologias por mimetismo dos mais velhos.
“Os pais são o exemplo dos filhos e por isso o seu testemunho é fundamental para que as crianças tenham hábitos, tenham regras e tenham limites na utilização das novas tecnologias” afirmou a professora lembrando que os educadores devem ter a consciência de que “são modelos” para os filhos.
“Os adultos devem fazer uma auto-análise dos seus hábitos: quanto tempo passam ao telefone e no computador, quando e como o fazem” porque o filho irá repetir o comportamento dos pais, seja na infância seja na adolescência e depois na fase adulta.
Célia Costa lembrou, por isso, que é importante haver um acompanhamento permanente das crianças por parte de pais e educadores que, além do testemunho, devem impor regras e limites na utilização das novas tecnologias através dos seus próprios exemplos.
O assistente diocesano do secretariado da Pastoral da família, cónego José Medeiros Constância afirmou ainda que este tema “é muito atual e diz respeito ao dia-a-dia de cada família”.