Pelo Pe. Eurico Caetano*
O tempo que agora vivemos reveste-se de especial mística. Olhamos à nossa volta e tudo brilha com luzes de várias cores e intensidades. As casas são lavadas a fundo, enfeitadas, constroem-se árvores e, na maioria dos casos ainda, fazem-se os presépios.
Nesta roda-viva, há um acorrer desenfreado às lojas e supermercados, na necessidade de encher a casa de coisas e haver presentes para trocar. De facto, um tempo que deveria ser de pausa para preparar o nosso coração para a vinda de Jesus, passou a ser vivido na correria da busca de materiais e bens de consumo.
No entanto, o Senhor propõe-nos, através da Sua Palavra e do exemplo de João Batista, São José e Nossa Senhora, a verdade deste tempo: Esperar, escutando, para que no nosso coração possa acontecer o Encontro com Jesus, pois é aí, no coração de cada um, a manjedoura que o Menino Deus quer nascer.
Neste sentido, é proposto às Comunidades Cristãs da Ouvidoria da Ilha das Flores um caminho que vai da Espera ao Encontro. Para tal, nas nossas igrejas haverá um espaço que recorda a espera e o encontro, através do símbolo de um banco, que representa o lugar do descanso, da espera e do encontro em Comunidade.
Cada Domingo terá uma palavra-chave (Caridade, Confiança, Bondade e Acolhimento), retirada da Palavra de Deus, que desafia a Comunidade a assumir e a viver o Evangelho. Um gesto concreto será a elaboração de cabazes em família, que serão depois colocados no cabaz da Comunidade Paroquial e, daí serão distribuídos às famílias mais carenciadas.
A par desta dinâmica comunitária, a catequese irá animar as Eucaristias e, na novena do Natal, é convidada a rezar em família e a comprometer-se com Jesus, através de gestos concretos, como são: a partilha, a visita a quem está só, no diálogo com quem temos maior dificuldade de relação…
No campo da solidariedade, por iniciativa da Cáritas da Ilha das Flores, haverá a campanha das estrelinhas de Natal, onde se partilham presentes com crianças mais carenciadas, para que, na Noite de Natal, todas as crianças possam ter um presente.
Chegados ao Natal, dá-se o Encontro que se esperava e se preparava no Advento: cada um de nós com Jesus e, consequentemente, com os irmãos.
Esperamos que esta campanha não seja mais uma actividade entre muitas, mas que seja um compromisso concreto que se viva, não só neste tempo, mas durante todo o ano.
Desejamos a todos que esta Espera seja bem preparada e que leve ao verdadeiro Encontro, com Aquele que nasce para nós, e que nos ensina, na ternura e na humildade, que somos mais homens e mulheres quanto mais vivermos o projecto de Deus, na alegria e no Amor.
A Todos um Santo e Feliz Natal!
*ouvidor eclesiástico da ilha das Flores ( o texto é assinado pela Equipa Sacerdotal da Ouvidoria Ilha das Flores)