D. José Traquina questiona “distanciamento, desinteresse ou indiferença” perante problemas sociais

Foto: Diocese de Santarém

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. José Traquina, alertou para o “distanciamento, desinteresse ou indiferença” de muitas pessoas perante os problemas sociais, apelando ao compromisso de todos os cidadãos e comunidades católicas.

“Como cristãos, não é apenas um imperativo ético, mas também uma questão de fidelidade ao Evangelho. Não podemos viver com distanciamento, desinteresse ou indiferença para com a realidade social a que pertencemos”, escreve o bispo de Santarém, na sua mensagem para a Semana Nacional Cáritas 2025, enviada hoje à Agência Ecclesia.

O responsável católico alude às “diversas situações de pessoas e famílias que necessitam de respostas de apoio”.

“No desejo de uma sociedade mais justa e melhor, não é suficiente responsabilizar, por todas as soluções, os que assumem cargos políticos. Como membros da sociedade, podemos e devemos fazer parte da solução”, acrescenta.

A Cáritas celebra, entre os dias 16 e 23 de março, a sua Semana Nacional, com diversas iniciativas, entre elas o Peditório Nacional, que leva milhares de voluntários às ruas e que também vai ser realizado online.

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana refere que esta Semana Nacional é uma oportunidade para “exortar todos a participar na edificação do bem comum da sociedade através da Cáritas”, assumindo as dificuldades sentidas pelas instituições que acompanham os mais pobres.

“É oportuno salientar o esforço das Cáritas Diocesanas que têm valências de respostas sociais permanentes com acordos estabelecidos com a Segurança Social, onde os valores dos contratos dos mesmos são sempre inferiores ao volume das despesas. Todos os anos enfrentam a preocupação com a subida dos custos de funcionamento”, lê-se na mensagem.

Na mensagem ‘Cáritas. Amor que transforma em tempo de Jubileu’, D. José Traquina alerta para a “violência entre pessoas em diversos ambientes, incluindo o familiar”.

“A violência e a falta de qualidade nos relacionamentos humanos geram pessoas infelizes e fazem aumentar a pobreza. Os outros não são o inferno. O inferno é a pessoa existir sem amor por nada nem ninguém, sem nenhuma causa justa que dê sentido à sua vida”, escreve.

O texto elogia o compromisso da Cáritas Portuguesa em várias iniciativas da confederação internacional do organismo católico e destaca o “interesse dos jovens” na missão da instituição.

A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana “reconhece o trabalho desenvolvido e conta com a rede Cáritas para continuar a promover o conhecimento, a proximidade e o apoio às situações de carência e emergência”.

“É um testemunho de primordial importância. Assim, neste ano de Jubileu, tempo especial de graça que nos convida à transformação, fica o apelo à conversão interior, de modo que a compaixão de Cristo resida no coração de muitos, e o apelo à generosidade em donativos para que toda a rede Cáritas exerça a sua missão”, conclui D. José Traquina.

No âmbito desta Semana Nacional, vai decorrer o evento “Retrato da Pobreza em Portugal e na Europa:  da Realidade à Esperança”, que atualiza os dados sobre esta temática e atualiza as iniciativas da Cáritas no país.

A apresentação acontece no dia 18 de março, a partir das 09h30, no Auditório Alto dos Moinhos, em Lisboa, com a presença de Maria Nyman, secretária-geral da Cáritas Europa.

Anualmente, a Cáritas presta apoio a cerca de 120 mil pessoas, através das Cáritas Diocesanas e dos grupos paroquiais que fazem parte da rede nacional.

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