Açores em festa com entrada solene de D. Armando Esteves Domingues

Foto: Agência Ecclesia/HM

A entrada solene tem lugar na Catedral, sede episcopal e conta com a participação de bispos e presbíteros do continente e da diocese de Angra

O 40º Bispo de Angra entra solenemente na diocese esta tarde, às 17h00, numa celebração na Catedral que será precedida por um cortejo desde a Igreja da Misericórdia onde se incorporarão as autoridades civis e militares do arquipélago, além do clero que se faz representar ao mais alto nível com a presença inédita de 17 bispos e mais de meia centena de presbíteros.

Em declarações ao Sítio Igreja Açores, o novo bispo de Angra, que ontem ao final da manhã tomou posse formal diante do Colégio de Consultores,, onde fez o juramento, reforça o que disse na sua mensagem inicial, aquando da nomeação que “quer conhecer a diocese” e “com todos caminhar”.

“Finalmente chega o ano novo para mim. A minha expectativa é descobrir quem é este povo. Conhecer pessoas, celebrar com elas e rezar com elas” afirmou D. Armando Esteves Domingues.

“A minha expectativa é a melhor do mundo. Gosto de desafios, sempre gostei! E este é o maior de todos porque estou como bispo titular. As nove ilhas, que eu irei considerar de igual modo, são todas tão importantes: uma pode ser mais velha ou maior, mas para mim serão todas gémeas e as pessoas serão todos irmãos, em breve tempo. A expectativa é continuar a servir esta Igreja, agora na diocese de Angra, a mais bela de todas , e depois podermos continuar a caminhar no mundo, todos juntos, com esta mesma fé, na rua, nos trabalhos e na vida do dia-a-dia”.

Ao todo esperam-se 17 bispos, entre eles o metropolita da província eclesiástica de Lisboa, a que pertence a diocese de Angra, D. Manuel Clemente, patriarca da capital e D. José Ornelas Carvalho presidente da Conferencia episcopal portuguesa e bispo da diocese de Leiria-Fátima nas cerimónias de entrada do novo bispo de Angra, que se realizam este domingo, a partir das 16h00. Estarão igualmente vários sacerdotes das dioceses de Viseu, Porto, Portalegre-Castelo Branco, dioceses ligadas ao nascimento de D. Armando Esteves Domingues e aos seu ministério como sacerdote no caso de Viseu e como bispo, no que respeita ao Porto onde nos últimos quatros foi bispo auxiliar.

Também é esperada a participação de muitos presbíteros açorianos. Todas as ouvidorias estarão representadas na celebração da Sé, agendada para as 17h00 para a qual está convidado todo o povo de Deus, no qual se inscrevem diretores dos serviços diocesanos e fundações diocesanas bem como membros dos conselhos económico e pastoral diocesano, embora tenham sido dissolvidos com a saída do anterior bispo. Também são esperados leigos e religiosos consagrados que servem nesta diocese insular que este ano completou 488 anos.

As celebrações arrancam às 16h00, junto à Igreja da Misericórdia, na cidade património, tal como aconteceu com todos os bispos diocesanos, o último dos quais, D. António de Sousa Braga. O cortejo seguirá pela Rua Direita e depois a da Sé, até à Catedral; a partir daí decorrerá a celebração religiosa que terá transmissão em direto na RTP Açores e no sítio Igreja Açores, na página do Facebook.

D. Armando Esteves Domingues é o quadragésimo bispo de angra; foi nomeado pelo Papa Francisco a 4 de novembro, um dia depois do aniversário de constituição da diocese e na primeira mensagem ao povo de Deus nesta Igreja Particular, que já considerou como a mais bela de todas, sublinhou a importância de caminhar com todos: sacerdotes, religiosos, famílias e leigos.

Ontem, tomou formalmente posse junto do Colégio de Consultores, 411 dias depois dos Açores viverem a sede vacante em cem anos.

D. Armando Esteves Domingues nasceu a 10 de março de 1957 em Oleiros, Diocese de Portalegre-Castelo Branco; em outubro de 1967 entrou no Seminário Menor de Viseu, em Fornos de Algodres, tendo concluído os estudos no Seminário Maior de Viseu em 1980.

De junho de 1980 a outubro de 1981 fez um ano de experiência pastoral junto do Centro Mundial de espiritualidade e de teologia do Movimento dos Focolares, em Grottaferrata (Itália), com especial foco na pastoral juvenil e vocacional.

Foi ordenado padre 13 de janeiro de 1982, na Diocese de Viseu, onde desempenhou funções como pároco, professor de EMRC, assistente regional do Corpo Nacional de Escutas, do Movimento de Educadores Católicos e do Movimento Equipas de Nossa Senhora.

O novo bispo de Angra foi ainda capelão militar da Força Aérea Portuguesa e esteve ligado a várias iniciativas ligadas à inclusão social, ao combate ao desemprego, à recuperação de dependências e à habitação.

Em Viseu, integrou vários organismos diocesanos, tendo sido ecónomo e vigário-geral, antes da sua nomeação episcopal, a 27 de outubro de 2018 como auxiliar da Diocese do Porto; foi ordenado bispo a 16 de dezembro de 2018, na Catedral de Viseu.

Na Conferência Episcopal Portuguesa, D. Armando Esteves Domingues preside à Comissão Missão e Nova Evangelização.

Oitavo de onze irmãos, o responsável católico conta com formação em áreas como a pastoral juvenil, a espiritualidade e a pastoral familiar, com especial incidência na preparação de noivos para o matrimónio.

Como lema Episcopal, o novo bispo tem uma frase do Evangelho de São João, “Eis a Tua Mãe” (Jo 19), inscrito numa imagem que integra o seu anel e a cruz peitoral que usa desde a sua ordenação em 2018.

“Como fundo, a cruz – já estrada de luz – a ligar a terra ao céu. O Bom Pastor, ao dar a vida na cruz, até ao fim e por amor aos `seus´, ilumina todas as suas trevas, vence-as e abre-lhes a porta do Paraíso. Nessa estrada, Maria e João. `Eis a tua Mãe´(Jo 19,26), balbuciou Jesus a João. Ali, Maria torna-se Mãe, casa, Igreja para toda a humanidade…” lê-se na explicação da imagem adoptada como símbolo do seu episcopado.

“O círculo/esfera representa a Hóstia mas também todo o mundo com Maria e com a Igreja a caminho”, adianta ainda.

“Sobressai a beleza da Mãe que conduz silenciosamente uma amostra de humanidade, uma fileira de pessoas que nascem da luz do ressuscitado e invadem o mundo com um amor capaz de ser “casa para muitos e mãe para todos” (EG 288). Por fim, João, que fará `casa´ com Maria, que é bispo e filho! Ele mostra a estrada, uma estrada feita de picos e de abismos como a nossa vida de cada dia. Com Maria – e mãe como ela – estará apto a acolher e recolher todas as periferias: os desesperados, os angustiados, os exilados, os abandonados, os famintos, os pecadores e tudo o que não é paraíso… e todos saberão que têm uma mãe”.

A entrada solene na Sé tem transmissão em direto na RTP Açores e na página do facebook do Igreja Acores.

 

 

 

Scroll to Top