D. António Augusto Azevedo é o novo bispo de Vila Real

Até agora auxiliar do Porto, o novo bispo afirma «admiração pelo caráter e a cultura das gentes de Trás-os-Montes e Alto Douro», onde vai ser apresentado a 30 de junho

O Papa Francisco nomeou hoje D. António Augusto Azevedo bispo da Diocese de Vila Real, disse à Agência ECCLESIA a Nunciatura Apostólica em Portugal.

Na saudação dirigida aos novos diocesanos, D. António Augusto Azevedo afirmou que tem “admiração pelo caráter e a cultura” dos transmontanos, acrescentando que é “motivo de alegria” ser bispo da Diocese de Vila Real.

O novo bispo das gentes de Trás-os-Montes e Alto Douro diz que chega à diocese “com total disponibilidade” para caminhar e construir em conjunto “uma Igreja que responda aos grandes, difíceis mas belos desafios” da atualidade.

D. António Augusto Azevedo manifesta“profunda gratidão e comunhão” para com o Papa Francisco que, nomeando-o bispo de Vila Real, expressa um “sinal de confiança” pessoal e de “solicitude para com a diocese”.

Natural de Avioso, no concelho da Maia), D. António Augusto Azevedo tem 56 anos, foi ordenado padre a 13 de julho de 1986 e, após o curso de Teologia, estudou Filosofia na Universidade Pontifícia Gregoriana, de Roma.

Antes de ser nomeado bispo auxiliar do Porto, no dia 9 de janeiro de 2016, o sacerdote lecionou na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), no Centro de Cultura Católica e no Curso de Pastoral do Seminário Maior, sempre no Porto, tendo colaborado ainda com a Escola de Direito e da Faculdade de Educação e Psicologia da UCP.

D.António Augusto Azevedo sucede a D. Amândio Tomás, bispo de Vila Real desde maio de 2011, onde foi também, durante três anos, coadjutor.

Em declarações enviadas à Agência ECCLESIA, D. António Augusto Azevedo afirma que deseja “procurar respostas novas para desafios novos”, considera que Vila Real está numa “zona charneira”, de passagem para o litoral, onde há “muitas potencialidades humanas, muita energia, muita vontade”.

O novo bispo de Vila Real diz que o despovoamento é uma das “dificuldades comuns a uma zona do interior do país” e garante seguir as indicações do Papa para prevenir e combater casos de abusos sobre menores.

“Iremos ser fiéis ao que são as indicações do Santo padre, corresponder aos seus desejos e seus desafios e tudo fazer para que, no caso concreto desde drama, não se repita. Iremos investir, como o Papa recomenda, na prevenção e se, acontecerem situações dessas, tentar resolvê-las o melhor possível”, afirmou.

Na mensagem enviada à Diocese de Vila Real, saúda D. Amândio Tomás, agora administrador apostólico, os sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, seus “colaboradores próximos”, assim como os leigos.

O novo bispo refere-se também às autoridades autárquicas, académicas, civis e militares e todos os que trabalham para “estabelecer laços de cooperação” a nível associativo ou social.

D. António Augusto manifesta “todo o carinho” para com as famílias, os casais, as crianças, os mais velhos e os doentes e refere-se aos jovens, por quem vai ter uma “especial deferência” porque são “o agora de Deus e o futuro da diocese” e todos os que “professam outra religião”.

A entrada solene de D. António Augusto na Diocese de Vila Real vai decorrer no dia 30 de junho.

O administrador apostólico de Vila Real afirmou que o novo bispo é uma “mais-valia” para diocese, que vai celebrar 100 anos da sua criação em 2022, e desejou-lhe “frutuosa projeção” para lá das celebrações centenárias.

“D. António Augusto é, de facto, um dom de Deus e uma mais-valia, para a Diocese, que vai celebrar Cem Anos de existência. Faço votos de que o novo Bispo conduza a Diocese, com frutuosa projeção para lá das celebrações do Centenário”, escreveu D. Amândio Tomás num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

D. Amândio Tomás foi bispo de Vila Real entre 2011 e 2019, após ter sido três anos coajutor; com a nomeação de um novo bispo e até à sua tomada de posse, foi nomeado administrador apostólico.

D. Amândio Tomás lembrou que o novo bispo, que já é “sobejamente conhecido dos padres da Diocese, que o tiveram como professor, reitor e educador”, e vai ser “bem recebido”, de “alma e coração” pelas gentes de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O administrador apostólico de Vila Real agradeceu  ao Papa Francisco o novo bispo e também à diocese de origem de D. António Augusto Azevedo, Porto, referindo que a sua nomeação é “o corolário da estreita colaboração eclesial de mais de meio século” entre as duas dioceses.

“Esta cooperação intraeclesial e inter-diocesana é digna de ser sublinhada, preservada e incrementada”, afirmou D. Amândio Tomás.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Conferência Episcopal Portuguesa congratula-se também com a nomeação de D. António Augusto Azevedo como Bispo de Vila Real e agradece a D. Amândio Tomás “a missão que exerceu como Pastor dessa diocese”.

A Diocese de Vila Real foi criada pelo Papa Pio XI pela Bula ‘Apostolicae Praedecessorum Nostrorum’, de 20 de abril de 1922, com Paróquias vindas da Arquidiocese de Braga (166) e das Dioceses de Lamego (71) e de Bragança (19), ficando com os limites do distrito de Vila Real.

A superfície da Diocese de Vila Real é de 4.273,20 km2 e tem atualmente 264 Paróquias;  o primeiro bispo diocesano foi o D. João Evangelista Vidal (1923-1933), seguindo-se D. António Valente da Fonseca (1933-1967), D. António Cardoso da Cunha (1967-1991), D. Joaquim Gonçalves (1991-2011) e D. Amândio José Tomás, desde 2011, e agora D. António Augusto Azevedo.

(Com Ecclesia)

 

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