Bispo de Angra apela a que o futuro implique mais ação e menos contemplação
O bispo de Angra pediu esta manhã a todos os peregrinos, e em especial à Irmandade do Senhor Santo Cristo, que saiam para o mundo e não fiquem apenas a contemplar e a admirar o divino.
“Precisamos de nos sentar nestes lugares do mundo, às vezes contaminados por águas sujas. Não fiquemos a admirar o divino mas levemo-Lo ao mundo, aos outros, testemunhando não só os valores humanos mas também o evangelho que professamos. Aqui há remédios para todos. Que o senhor Santo Cristo vos ajude na missão”, afirmou D. Armando Esteves Domingues na homilia da concelebração a que presidiu na Igreja de Nossa Senhora da Esperança e que teve em especial atenção os irmãos falecidos e os benfeitores da Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que organiza estas festas maiores da Igreja nos Açores, juntamente com o Santuário do Senhor Santo Cristo.
“As multidões são importantes, mas a conversão é pessoal” disse ainda o prelado depois de ter elogiado e agradecido o trabalho da Irmandade nestas festas marcadas “pela serenidade”, como frisou de novo o bispo de Angra.
“Vós sois o garante da tradição, mas sois também promotores da comunhão e por serdes uma das Irmandades mais numerosas e também com maior visibilidade mediática no país, tendes responsabilidades acrescidas”, afirmou o bispo de Angra.
“E esta responsabilidade não é só para com Ponta Delgada é para com toda a região. É uma responsabilidade que o Senhor santo Cristo coloca nas vossas costas” frisou deixando, ainda, outros agradecimentos ao Reitor do Santuário, cónego Manuel Carlos Alves e a todos “os que trabalharam para que as festas tivessem corrido bem”.
“Na memória destas festas fica tragédia do incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo e todo o sofrimento que ainda está a provocar, mas o que eu gostaria de destacar é a onda de solidariedade gerada por detrás desta tragédia”, disse D. Armando Esteves Domingues.
“Sejamos sempre esta Igreja de porta aberta, presente e disponível para beijar”, afirmou alertando para a dificuldade que temos de dizer obrigado.
“Por vezes somos forretas em dizer obrigado, mas o amor não é forreta e quando vemos as coisas feitas com amor e por amor, temos mesmo de dizer Obrigado!”, disse.
“Que todos saiam desta festa com Cristo sempre presente, não só na Imagem, mas de olhos postos no sacrário”, disse ainda.
Aos agradecimentos à organização da festa, o bispo D. Armando Esteves Domingues acrescentou uma sugestão: que se aproveite a vigília de domingo para ações de carácter vocacional.
“Era uma maneira de dar visibilidade à questão vocacional que diz respeito à igreja, porque falamos sempre de vocações para a vida consagrada, religiosa e sacerdotal, mas também para outras vocações, como a família”.
Esta missa, que ocorre habitualmente na manhã de segunda-feira e que é conhecida como a Missa da Irmandade, ainda contou com a participação do bispo de Stockton e do padre Larry Machado, pároco da paróquia portuguesa de Nossa Senhora da Assunção em Turlock.
“Participar nesta festa foi a experiência mais alta que tive como padre” afirmou o bispo Myron Cotta, muito emocionado.
“Quando faço uma visita aos Açores o meu coração fica sempre por cá. Depois desta visita julgo que as nossas duas dioceses vão ficar mais unidas numa irmandade muito bonita”, ressalvou o prelado.
Depois desta missa, as forças de segurança, proteção civil e motards, bem como os taxistas, prestaram uma vez mais a sua homenagem ao Senhor Santo Cristo, dando uma volta bem ruidosa ao Campo de São Francisco. Há menos de uma década esta homenagem era feita no sábado de manhã mas por causa das promessas e do barulho foi adiada para a segunda-feira. Não integra o programa oficial das festas mas é sempre um momento muito apreciado pelos peregrinos. Esta manhã foi especialmente saudada a presença dos bombeiros devido à missão que tiveram no combate ao incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo.
De tarde, a festa do Senhor Santo Cristo prossegue com as habituais arrematações no adro da Igreja e à noite com música no Campo de São Francisco.
A festa termina no dia 9 de maio. Às 18h00 haverá a celebração eucarística que encerrará a festa, que será presidida pelo reitor do Santuário.