Iniciativa correu “bem”, dizem participantes
A ilha espanhola de Maiorca, berço dos Cursilhos de Cristandade e terra natal do fundador Eduardo Bonnín Aguiló, acaba de receber a IV edição das “Conversações de Cala Figuera”.
O evento, intitulado por muitos como “Festival da Amizade”, decorreu no auditório Sa Mániga, em Cala Millor e contou com a participação, por convite pessoal, de mais de 200 dirigentes mundiais, de 19 países, entre os quais, e de Portugal, Fausto Dâmaso (da Diocese de Angra), Mário Bastos e António Vilas Boas (da Diocese de Setúbal) e o Pe. João Fernando Dias (da Diocese de Coimbra).
Este encontro começou com a celebração de uma Eucaristia na Igreja dos Capuchinhos, celebrando o 99º aniversário do nascimento do fundador Eduardo Bonnín Aguiló, falecido a 06 de fevereiro de 2008.
No final da Eucaristia, presidida pelo Bispo de Maiorca, D. Javier Salinas, concelebrada por vários sacerdotes quer de Maiorca quer de outros países, juntaram-se e cantaram em uníssono, abraçados, sinal da amizade que une todos os Cursilhistas, o cântico “De Colores”, conhecido mundialmente como o “hino” do Movimento de Cursilhos de Cristandade.
Na primeira manhã de trabalhos os dirigentes mundiais foram convidados a visitar lugares emblemáticos do Movimento de Cursilhos: Cala Figuera, onde em 1944, de 19 a 22 de agosto se realizou o 1º Cursilho da História e San Honorat, onde em 1949, de 7 a 10 de janeiro, decorreu aquele que viria a ser numerado oficialmente como número 1. Ao fim da tarde, Loren Marian, presidente do Secretariado Diocesano de Maiorca, apresentou as boas vindas a todos iniciando assim as “IV Conversações de Cala Figuera”.
Nos três dias seguintes os “Amigos de Eduardo Bonnín” presentes abordaram temas e conceitos ligados à essência do Carisma Fundacional de Cursilhos, como: “Procura”; “Notícia”; “Encontro”; “Esperança”, “Plenitude”; “Gratidão” e “Sinais”. No final de cada abordagem, e sempre em clima de grande amizade, os dirigentes, distribuídos por grupos de cerca de 10 elementos de países diferentes, partilharam as ideias bases de cada conceito, que Durante os trabalhos o açoriano Fausto Dâmaso procedeu à leitura de um documento enviado por Francisco Salvador, presidente do Comité Executivo do Organismo Mundial de Cursilhos de Cristandade, atualmente com sede em Portugal até 31 de dezembro de 2017, onde, entre outros pontos, todos foram convidados a estar presentes no próximo ano em Fátima, a 6 de maio, para a realização da “V Ultreia Mundial”.
As “IV Conversações de Cala Figuera” terminaram com a celebração de uma Eucaristia presidida pelo Bispo de Maiorca, D. Javier Salinas e concelebrada por cerca duas dezenas de sacerdotes, entre eles o português Pe. João Fernando Dias.
Já depois do final dos trabalhos, a organização convidou os presentes a participarem numa Ultreia que ali decorre todas as segundas-feiras.
Para Fausto Dâmaso, Mário Bastos, António Vilas Boas e Pe. João Dias, esta “foi mais uma oportunidade de abraçarem amigos de outras paragens, com quem frequentemente partilham ideias e entusiasmos ligados à Mentalidade, Essência, Metodologia e Finalidade de Cursilhos, e que desta vez e novamente de forma pessoal e presencial, puderam disfrutar juntos do entusiasmo que todos nutrem pelo Carisma Fundacional de Cursilhos e pelo pensamento que o Espírito Santo quis infundir em Eduardo Bonnín Aguiló”.
As “Conversações de Cala Figuera” nasceram do desejo de Eduardo Bonnín, fundador dos conhecidos hoje como Cursilhos de Cristandade, em juntar num encontro, cursilhistas de todo o mundo para um intercambio de experiências, que servisse para que as ideias, surgidas em qualquer parte onde se celebram Cursilhos, se pusessem ao alcance de todos, fazendo crescer a amizade e a admiração entre todos.
No início dos anos noventa surgiu no ambiente de Cursilhos de Cristandade a inquietação e a necessidade de definir as essências do Carisma Fundacional.
Estavam reunidas as condições para que os desejos de Eduardo Bonnín pudessem ser cumpridos, e com naturalidade, em Agosto de 1994, 50 anos depois do 1º Cursilho da História (19 a 22 de Agosto de 1944) “nascem” as “I Conversações de Cala Figuera” que decorreram em Maiorca num evento que contou com a participação de 146 dirigentes de 15 países. Neste encontro internacional foram desenvolvidos 10 temas, se quisermos 10 conceitos, que aproximaram os participantes ao Carisma Fundacional o que por sua vez levou muitos outros cursilhistas dos seus países e comunidades cursilhistas a entenderem a aproximarem-se das origens do Movimento.
A primeira edição do evento abordou os temas: Pessoa; Liberdade; Amor; Amizade (apresentado pelo próprio Eduardo Bonnín); Convicção; Sinceridade; Critério; Vida; Normalidade e Alegria.
Oito anos depois, em 2002, de 25 a 28 de abril, celebravam-se no Hotel Lagomonte, junto à Baía de Alcudia, no norte de Maiorca, as “II Conversações de Cala Figuera” num evento que contou com o convite e a participação de cerca de 200 pessoas vindas de mais de 17 países.
Com a ideia de que os Cursilhos são um caminho em companhia que, através do método natural da amizade, torna possível levar o Evangelho à vida num clima de normalidade, sem estridências e com muito sentido comum, abordaram sete conceitos: Ideias e Carisma Fundacionais de Cursilhos de Cristandade; O Carisma Fundacional do Movimento de Cursilhos de Cristandade; Unidade de Critério no Movimento de Cursilhos de Cristandade; Uma Cristandade em Ação; O Cursilho de Cristandade: O Encontro Connosco Mesmos” (apresentado por Eduardo Bonnín); Vocação Laical (secular) nos Cursilhos: Um Método de Amizade e Desafios e Futuro do Movimento de Cursilhos de Cristandade.
Em 2011, depois da morte de Eduardo Bonnín Aguiló (06 de fevereiro de 2008), os seus amigos, que se consideram seguidores da sua obra, e com o intuito de sempre em Cursilhos: aproximar de Deus os afastados e querendo demonstrar que se pode amar e seguir a Cristo, quer na Igreja quer na rua, organizaram e celebraram em Maiorca, as “III Conversações de Cala Figuera”, procurando conservar em todo o momento o sentido e o espírito das anteriores. O seu conteúdo, ainda que diferente, procurou seguir a mesma linha de pensamento tendo sido abordados sete temas/conceitos: Cristiania em Diálogo; O Sentido da Vida; Atitude; Criatividade; Comunicação; Confiança e Transcendência.
(Com a colaboração de Fausto Dâmaso; Mário Bastos; António Vilas Boas; Pe. João Dias)