Congresso ibérico das prisões quer chamar a atenção para necessidade de reinserção social

Igreja Católica empenhada na dignificação dos reclusos. Visitadores açorianos vão estar presentes no primeiro congresso da pastoral penitenciária.

A Igreja Católica vai promover de 1 a 4 de maio, em Fátima, o 1º Congresso Ibérico da Pastoral Penitenciária, com o tema ‘Dignificar a pessoa presa’, pretendendo lembrar à sociedade a importância da “reinserção social” dos reclusos.

 

 

“A reinserção social tem de ser a razão máxima quer do sistema, quer da própria sociedade e aqui a sociedade tem que fazer uma caminhada muito grande porque não o faz assim tanto”, lamenta o padre João Gonçalves, em declarações à Agência ECCLESIA.

 

 

A diocese de Angra vai estar presente com vários visitadores, oriundos sobretudo do estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo (EPAH), estando prevista uma participação forma de Fernanda Evangelho(uma das mais antigas e ativas visitadoras do EPAH, numa das mesas redondas.

 

 

O coordenador nacional da Pastoral Penitenciária considera o tema do congresso, ‘Dignificar a pessoa presa’, “muito curioso” porque revela a ideia que existe de que “a pena de prisão deve ser para o menor número de pessoas possível, pelo menor tempo e nas melhores condições porque a prisão deve ser apenas um tempo de passagem que a pessoa tenha para se recompor de forma a voltar para a sociedade”.

 

 

O padre João Gonçalves lembra assim que a prisão “é uma exceção” porque “a pessoa vem da sociedade e vai sair de novo para se inserir na sociedade” portanto “tudo quanto possa ser feito para ajudar essa reinserção é bom”.

 

 

“A pessoa que está presa deve ser respeitada como pessoa, não deixa de o ser por estar presa, privada de alguns direitos, nomeadamente o direito da liberdade” e é para isso mesmo que este congresso pretende “chamar a atenção” para a necessidade da sociedade olhar para o preso “como uma pessoa com dignidade apesar de ter cometido um delito”, explica.

 

 

O sacerdote acredita que o sistema “ainda tem muito para fazer em prol das pessoas” tarefa para a qual a pastoral penitenciária se dedica alertando para a necessidade “de acabar com estigma e os rótulos que a sociedade tem para com os ex-reclusos”.

 

 

O coordenador nacional da Pastoral Penitenciária revela que o congresso “vai contar, se possível, com a presença de alguns presos” além da presença “confirmada” de ex-reclusos que vão fazer parte de uma mesa redonda “onde vão contar a experiência de reclusão”.

 

 

No espaço onde vai decorrer o congresso, de 1 a 4 de maio, o Steyler Fátima Hotel Verbo Divino, vai ser também local para uma exposição “de trabalhos de presos” para venda ou apenas exposição que pretende assim “ter os reclusos presentes no evento através dos seus trabalhos”.

 

 

A Pastoral Penitenciária é um departamento da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) que promove, anima e coordena a presença e a ação da Igreja Católica junto das pessoas privadas de liberdade, das suas famílias e das instituições da sociedade que possam, de algum modo, tornar mais humana a vida de quem delinquiu.

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