Por Renato Moura
Janeiro será um mês cheio; mas pode não dar em cheio.
Pandemia, endemia. Vacinação, testagem. Especialistas e governos. Campanha eleitoral, conflitos. Confiança, desorientação. Avanços ditos equívocos a par com recuos perplexos. Perante isto e muito mais está um povo consequentemente confuso.
Na busca da segurança levaram-nos à vacinação em massa. Recentemente, para coisas elementares, nem as duas doses e o reforço chegavam; a testagem tornou-se um alvoroço. Sabendo-se do valor da vacinação, não teriam sido de evitar medidas indutoras de mensagens erradas?
Como um civil mal escolhido não deu conta da vacinação, cai-se no equívoco de que para ser chefe é obrigatório ser militar! Despretensioso militar elevado a único herói da vacinação, alegadamente sem aspirações, de roldão já saltou para Chefe de Estado-Maior da Armada; e aceite como desconhecedor de política já há quem o veja – ou ele admite ver-se – em Presidente da República! Quem não se lembra de, nos Açores, a Covid ter feito um deputado e afastado um notável?!
As evidências científicas são nacionais ou universais? Capacidades hospitalares, notícias e estatísticas, projecções, só para doenças e mortes Covid! Já não se morre de gripe? Já não há doentes com doenças cancerígenas? Como a ómicron fez muito menos dano do que o horror propalado, para garantir a humanidade em agitação descontrolada, mantém-se o chinfrim da ameaça de novos virús fatais!
Começaram os debates entre líderes nacionais dos partidos que em 2019 elegeram deputados para a Assembleia da República. Durações curtas para a vastidão de temas relevantes. Talvez não se fique a saber nada, ou pouco, de novo; fica a apreciação das estratégias, com vitórias e derrotas porventura inesperadas. Nuns casos sobressai a barafunda, noutros arma-se pé de vento, nalguns ressalta a jactância.
Nas discussões políticas por vezes ensarilha-se tanto e sem haver discussão ideológica; ou se há, sem explicar as consequências práticas das diferenças. Para além da Covid importará discutir os problemas estruturais do País: praticamente sem crescimento há dezenas de anos; a perder terreno perante parceiros europeus; com cidadãos a perder poder de compra. É tempo de fazer contas que partidos e por quanto tempo nos governaram em democracia, seus méritos e responsabilidades acumuladas.
No meio das confusões, dos jogos políticos, das justificações e promessas deles agora, a força dos votos guardará os trunfos a exibir depois, por cada qual. O papel dos cidadãos é perceber todos, para votar num.