As duas universitárias participam em evento no âmbito da Semana da Vida organizada pelo Serviço Diocesano da Pastoral familiar com o apoio da Pastoral da Saúde e do Santuário do Senhor Santo Cristo.
Realiza-se esta quinta feira, Dia da Família, a conferência sobre a vida que junta à mesma mesa Piedade Lalanda e Maria do Céu Patrão Neves, no Hotel Vip em Ponta Delgada, integrada no âmbito da Semana da Vida – Gerar Vida Construir Futuro- organizada pelo Serviço Diocesano da Pastoral da Família (SDPF), com o apoio do serviço Diocesano da Pastoral da Saúde e do Santuário do Senhor Santo Cristo.
Piedade Lalanda e Maria do Céu Patrão Neves são professoras universitárias, na Universidade dos Açores e desempenham, atualmente, funções públicas no Governo Regional dos Açores e no Parlamento Europeu, respetivamente.
A conferência propõe uma discussão em torno da vida desde o momento em que ela é gerada até à morte, refletindo também sobre as condições materiais atuais das famílias, informa uma nota do SDPF.
“O objetivo é analisar os problemas e as situações relacionadas com a vida na atualidade, sobretudo tendo em conta o aspeto da transmissão da vida, a vida nas estradas, na saúde, no trabalho ou na ajuda aos mais desfavorecidos”, conclui a nota.
No dia 16 de maio, as comemorações da Semana da Vida, na maior ilha do arquipélago, celebram-se em dois momentos: às 9h00 realiza-se uma eucaristia no Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres e, às 20h00, em parceria com o Núcleo Regional dos Açores da Liga Portuguesa Contra o Cancro e o Serviço Diocesano da Pastoral da Saúde, realiza-se uma sessão de partilha e de testemunhos intitulada “Celebrar os vencedores, recordar os que partiram e lutar pela cura”.
A Semana da vida “é uma oportunidade para cada um melhorar a sua vida e a dos outros” e por isso desafia “cada pessoa, grupo ou família, a pensar em melhorar a qualidade de vida, nos âmbitos pessoal, profissional”.
Os objetivos e a temática da Semana da Vida foram propostos pelo Departamento Nacional da Pastoral Familiar que lamenta que a maioria das sociedades europeias esteja a “descurar o valor sagrado e inviolável da vida humana” por estarem “embriagadas” numa cultura do descartável e do facilitismo, “sob a capa de modernismo”.
Razões pelas quais em Portugal o “problema demográfico começa agora a ter contornos preocupantes” dado que, por um lado “subiu a esperança de vida, mas muitos idosos são abandonados e vivem numa solidão desumana e indigna de toda a pessoa” e, por outro, “a baixa natalidade, tendência de décadas, está agora a ser agravada pela crescente emigração, principalmente de jovens em idade de procriação”.
“Sem jovens e sem casais jovens não temos crianças. E sem crianças não temos futuro!”, alerta a organização da Semana da Vida.
Um cenário que para ser invertido precisa urgentemente de “uma política de proteção às famílias e à vida, capaz de criar condições concretas para que os casais tenham mais filhos e possam cuidar mais uns dos outros”.
“É indispensável um diálogo mais próximo entre gerações, numa cultura de encontro e partilha, para valorizar a vida em todas as suas fases: desde a conceção ao nascimento, passando pela educação e pelo apoio recíproco permanente em cada dia”, refere a nota de apresentação da Semana da Vida.
O Departamento Nacional da Pastoral Familiar lembra que “o aborto provocado, o abandono e a eutanásia não são aceitáveis, pois a vida não pode ser eliminada, mas deve ser protegida com atenção e carinho”, sendo para tal necessário que a “ciência e a técnica estejam sempre orientadas para o Homem e para o seu desenvolvimento integral”.