Reunião acontece em Fátima
O tema da proteção de menores após a cimeira que decorreu em fevereiro, em Viseu, vai ser debatido pela Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) de 29 de abril a 02 de maio.
Segundo uma nota divulgada hoje pelo secretariado geral da CEP, a Assembleia vai realizar-se na Casa de Nossa Senhora das Dores, no Santuário de Fátima.
O tema da proteção de menores na igreja será alvo de debate no encontro com troca de informação e diálogo assim como a Jornada Mundial da Juventude 2022, nomeadamente a informação preparação da mesma.
De acordo com a nota da CEP, no encontro será ainda abordada a carta pastoral “A alegria do amor no matrimónio cristão” e a carta pastoral “Um olhar sobre Portugal e a Europa à luz da doutrina social da Igreja”.
O encontro com a comunicação social decorre apenas na sessão de abertura, com a intervenção do cardeal patriarca de Lisboa e presidente da CEP, Manuel Clemente, e no encerramento.
A 12 de abril o cardeal-patriarca de Lisboa criou uma Comissão para a Proteção de Menores composta por especialistas nas áreas da psicologia, psiquiatria, justiça civil e canónica e comunicação social, coordenada pelo bispo Américo Aguiar.
Além de Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, integram a comissão o ex-procurador-geral da República José Souto de Moura, o pedopsiquiatra Pedro Strecht Ribeiro, a psicóloga Rute Agulhas, o ecónomo diocesano Álvaro Bizarro, o ex-diretor nacional da PSP Francisco Oliveira Pereira, o especialista em investigação criminal José Alberto Campos Braz, o psiquiatra Vítor Viegas Cotovio e ainda Teresa Isabel de Almeida Figueiredo Canotilho.
No decreto de nomeação da Comissão de Proteção de Menores o cardeal-patriarca de Lisboa referiu que “as comunidades e instituições católicas da Diocese, como as da Igreja em geral, devem ser espaços de convivência feliz e segura para todos, especialmente para os menores e os mais frágeis”.
A comissão é composta por pessoas nas áreas da psicologia, psiquiatria, justiça civil e canónica e comunicação social, seguirá a legislação civil e canónica, bem como as orientações do Vaticano e da Conferência Episcopal Portuguesa.
A criação da comissão surge depois da cimeira que decorreu em fevereiro no Vaticano e que reuniu 190 representantes da hierarquia religiosa e 114 presidentes ou vice-presidentes de conferências episcopais tendo o Papa Francisco apresentado 21 pontos de reflexão como ponto de partida para o debate de um problema que classificou como “uma praga”.
Os bispos foram “muito aconselhados” a ter nesta matéria da proteção de menores o apoio de especialistas e de pessoas mais ligadas a estas matérias”.
No final do encontro de três dias o papa assegurou que a Igreja “não se cansará de fazer tudo o que for necessário” para levar à justiça quem quer que tenha cometido algum tipo de abuso sexual e que “nunca tentará encobrir nenhum caso”.
O papa reafirmou ainda que “se a Igreja descobrir um só caso de abuso – que representa já em si mesmo uma monstruosidade – esse caso será tratado com a maior seriedade”.
(Com Lusa)