O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou que os bispos católicos estão a ultimar orientações para o regresso às celebrações comunitárias, em diálogo com autoridades de saúde, previsto para 30 de maio.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre Manuel Barbosa mostra-se consciente do “sofrimento” que esta suspensão das celebrações comunitárias da Missa, por causa da pandemia de Covid-19, provoca nos católicos, impedidos de uma “participação física” na Eucaristia.
“É desejo de todos, em primeiro lugar dos bispos, que isso aconteça o mais depressa possível”, refere.
O porta-voz do episcopado alerta, no entanto, que a pressa pode ser “contraproducente”, num momento que exige de todos uma “responsabilidade solidária”.
As novas medidas e orientações “mais precisas”, a nível de higiene e segurança, aplicam-se aos vários espaços das igrejas e ao decorrer das celebrações, com indicações que cada diocese aplicará de acordo com as autoridades locais de saúde.
O padre Manuel Barbosa assinala que a CEP quer assumir “todos os cuidados”, considerando natural que existam manifestações de “sofrimento, expectativa” face a um plano gradual de desconfinamento que obriga a nova espera.
“É a esperança de que retomemos o mais brevemente possível as celebrações”, em comunidade, aponta.
O secretário da CEP assume que todos têm “pressa”, mas evoca, a este respeito, o que o Papa propõe na sua mensagem a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, quando diz que Maria partiu “apressadamente, não ansiosamente”, para ajudar a sua prima Isabel.
“Temos pressa, mas sem a ânsia e o nervosismo que, às vezes, pode – não digo estragar – não ajudar a que este processo de luta contra a pandemia seja efetivo”, observa.
O comunicado do Conselho Permanente da CEP, divulgado a 2 de maio, final do estado de emergência em Portugal, anunciava para breve a publicação de “indicações comuns sobre aspetos litúrgicos e medidas sanitárias a ter em conta nas celebrações e nos templos”.
O padre Manuel Barbosa informa que essas orientações para as dioceses estão a ser preparadas, ao longo desta semana, “em diálogo com as autoridades de saúde”.
O responsável sublinha ainda que as decisões do Conselho Permanente da CEP aconteceram “depois de auscultar todos os bispos diocesanos”, num processo coletivo.
Realçando a necessidade de valorizar o comportamento responsável de cada cidadão, o porta-voz do episcopado recorda as indicações do Papa Francisco, que a 28 de abril apelou à “prudência” e à “obediência” às autoridades, no regresso progressivo às atividades individuais e coletivas, após o confinamento provocado pela pandemia de Covid-19.
O secretário da CEP realça que este acatamento das normas não é uma “obediência cega”, mas “responsável e livre”.
“Temos todos que concorrer para isso. A prudência e o cuidado devem continuar, sabemos que a pandemia está para durar, infelizmente”, precisa.
A Conferência Episcopal Portuguesa anunciou no último sábado o regresso das Missas comunitárias a 30 de maio, véspera da Solenidade do Pentecostes, face à retomada gradual das celebrações prevista pelo Governo, após o final do estado de emergência.
As dioceses insulares terão em conta as indicações das respetivas autoridades regionais.
(Com Ecclesia)