A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) divulgou hoje uma mensagem para o Advento, tempo de preparação para o Natal que se inicia no domingo, pedindo atenção aos pobres e sublinhando o impacto da pandemia.
“É terrível termos de assumir que, se não cuidamos bem dos pobres e necessitados, também não cuidamos bem de Deus! Mas é agora o tempo favorável”, refere o texto.
A proposta de meditação dos bispos católicos tem como título “Deus vem e enche o nosso tempo de ‘Bom-Dia’!” e é uma iniciativa da Assembleia Plenária, que se reuniu em Fátima de 11 a 13 de novembro.
“O Deus que vem não vem mudar as situações. Vem mudar os corações. E são os nossos corações mudados que podem mudar as situações”, pode ler-se.
A CEP apela a uma mudança de comportamentos, para que cada um seja capaz de “acolher e responder”.
“Bem podia o profeta dizer que Deus desceu à nossa pandemia. E nós, os habitantes da pandemia, bem podemos rever-nos no Salmista que reza: Do ‘confinamento’ invoquei o Senhor» (Salmo 118,5)”, refere o texto.
O Advento, que engloba os quatro domingos anteriores ao Natal, marca o início do ano litúrgico na Igreja Católica e é marcado, em 2020, pelas limitações impostas pela Covid-19.
“O andamento do Advento traz-nos um Deus que vem para o meio de nós e da nossa anemia e pandemia, e diz: ‘Bom-Dia’, e suplicando ordena: ‘Cuida de mim’”, escrevem os bispos portugueses.
“O ‘cuida de mim’ que o pobre balbucia para ti não é opcional: é uma súplica que é um mandamento: não tens opção de escolha; tu é que foste escolhido, tens de responder que sim, debruçando-te sobre o pobre desvalido que ordena e implora o teu auxílio”, acrescentam.
A mensagem da CEP fala num tempo de “mudança e de esperança” que deve abrir portas a uma “torrente de bondade”.
“O Deus do Advento vem para o meio desta pandemia, pega na nossa mão, muda o nosso coração e envia-nos a mudar a situação. Está aberta a oficina do Advento: enquanto uns se afadigam na vacina, outros nos hospitais, outros nos lares, nas farmácias, na padaria, empenhemo-nos todos em encher este mundo de Paz, de Esperança e de ‘Bom-Dia’, à imagem e sob a proteção maternal de Maria”, conclui o documento.
(Com Ecclesia)