Antigo professor do Seminário de Angra foi o pregador convidado pela Academia de São Tomás de Aquino para festa no Seminário de Angra
No encerramento das comemorações da Festa de São Tomás de Aquino, que se realizou nos últimos três dias no Seminário Episcopal de Angra, o pregador convidado, Cónego Ângelo Valadão desafiou os seminaristas a olharem para o estudo como um instrumento decisivo para a sua formação como pastores.
“Estudamos para passar nos exames ou estamos convencidos que a pastoral no mundo atual tem por base uma seriedade intelectual? Temos consciência de que há muitas pessoas que se afastam da igreja porque muitas vezes como clero somos ignorantes?”, foram algumas das interrogações deixadas pelo sacerdote que pregou na festa de São Tomás de Aquino, organizada anualmente pela Academia de São Tomás de Aquino, sediada no Seminário de Angra.
Embora tenha sublinhado que “o estudo no Seminário não tem a finalidade de formar intelectuais mas sim pastores” o sacerdote fez questão de frisar que esses pastores devem ser cada vez mais “inteligentes” e, por isso, precisam de ”uma boa e sólida formação intelectual”- a que o Papa João Paulo II chamou a “inteligência da fé” , que deve ser “harmonizada pela espiritual e disciplinar”, sem esquecer a dimensão humana.
“A formação humana é o fundamento de toda a formação sacerdotal porque só seremos bons pastores se formos bons homens” destacou o Cónego Ângelo Valadão, lembrando no entanto que no mundo de hoje a dimensão intelectual “é importante por causa da nova evangelização que exige de nós um sentido critico da realidade e uma grande lucidez na análise”.
As várias dimensões da formação sacerdotal- humana, espiritual, intelectual e pastoral- foram aliás o tema dominante escolhido pelo antigo professor do Seminário para as suas pregações nesta Festa em honra de São Tomás de Aquino, que a 7 de março de 1274 perdeu a vida a caminho do Concílio de Leão.
O sacerdote pediu, ainda, aos seminaristas que nunca descuidem a sua formação, quer a que fazem no seminário quer a que possam fazer posteriormente.
“Devem criar hábitos de estudo que os acompanhem pela vida fora naquilo a que vulgarmente se chama formação permanente do clero” disse o Cónego Ângelo Valadão.
A formação permanente do Clero, é de resto, uma aposta diocesana para este ano pastoral e que será feita em dois momentos: esta sexta feira e sábado em Ponta Delgada e depois na ilha Terceira, ambas orientadas pelos sacerdotes dominicanos Frei Bento Domingues e Frei José Nunes.