A procissão que se seguiu à celebração eucarística assinala o centenário da passagem da Sagrada Reserva Eucarística da Igreja Paroquial da Relva para a Ermida de Nossa Senhora da Ajuda na Covoada.
Dezenas de fieis celebraram esta manhã o centenário da passagem da Reserva Eucarística da Igreja da Relva para a Ermida de Nossa Senhora da Ajuda na Covoada, reconstituindo a procissão que decorreu no dia 6 de Janeiro de 1914 e que possibilitou a instalação do sacrário neste local de culto, edificado no século XVI e que se tornou paróquia em 1977.
As duas paróquias, que têm o mesmo pároco há quatro anos, Pe José Constância, celebraram esta efeméride em conjunto, como “símbolo da unidade pastoral das duas comunidades”.
A procissão do Santíssimo saíu da Igreja paroquial da Relva, acompanhada pela Banda Filarmónica de Nossa Senhora das Neves, depois da celebração da Eucaristia presidida pelo Bispo de Angra, D. António de Sousa Braga.
No dia em que a Igreja celebra a Epifania do Senhor, o Prelado Diocesano, invocou a Estrela de Belém como um sinal de luz que anunciou o “Universalismo da Salvação”.
“O Menino, nascido em Belém, veio para todos. Ele é que é a Estrela, que indica o caminho. É a luz que ilumina a humanidade. N’Ele se revela e realiza o desígnio salvador de Deus”, afirmou D. António de Sousa Braga.
No entanto, para o responsável pela Igreja nos Açores, a “catequese” da Festa dos Reis “não acaba aqui”.
“A nova Jerusalém, onde brilha a luz do Salvador é a Igreja e todos são chamados a formar o verdadeiro Israel”, disse o Bispo de Angra apelando, uma vez mais, a todos os cristãos que sejam missionários “partindo ao encontro dos outros”, numa verdadeira “conversão pastoral” que assente “na reforma das estruturas” e permita “uma pastoral mais comunicativa e aberta”.
Referindo-se ao Centenário Eucarístico, D. António lembrou que é a “Eucaristia que faz a Igreja” porque é “a fonte de toda a vida cristã”
“Por isso, faz sentido comemorar a trasladação da Eucaristia, que é o marco decisivo da constituição e funcionamento da nova comunidade. Ora, “comemorar” biblicamente significa, não apenas recordar um acontecimento passado, mas torná-lo presente e atuante, hoje, aqui e agora”, concluiu D. António de Sousa Braga.
E deixou um apelo para que as duas comunidades continuem a trabalhar “centradas na Eucaristia, vivendo a comunhão entre si e promovendo a pastoral de conjunto, para serem, cada vez mais e melhor, missionárias”.
O tema da Eucaristia foi, de resto, trabalhado pelas duas comunidades durante o Ano da Fé, cujo encerramento também se assinala simbolicamente neste domingo.