Comunidade açoriana de Fall River viveu as grandes festas do Divino Espírito Santo

Foto: Diocese de Santarém

Bispo de Santarém, presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, destacou as palavras “trabalho, bondade e festa” para responder a “algumas preocupações atuais”

D. José Traquina elogiou a organização das festas do Divino Espirito Santo da Nova Inglaterra, que decorreram este fim de semana em Fall River, no estado norte americano do Massachussets,  apontando-a como exemplo de trabalho e sentido de comunidade que expressa a fé de um povo.

“A partir de Jesus ressuscitado, a presença atuante do Divino Espírito Santo na Igreja nascente não é um privilégio fechado, apenas de alguns. Todos os cristãos são chamados a valorizar e a iluminar a sua vida à luz da Fé, como uma missão a ser desempenhada com alegria e esperança, mas em dimensão comunitária, pois o Divino Espírito Santo inspirou a vida a ser edificada uns com os outros em comunidade e em sociedade”, disse D. José Traquina, este domingo, na Catedral de Nossa Senhora da Assunção.

Na homilia da Missa da festa, celebrada este domingo, o bispo português explicou que viu “sinais importantes” para responder a algumas “preocupações atuais”, que desenvolve a partir das palavras “trabalho, bondade” e “festa”.

Sobre o trabalho, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana dos bispos de Portugal, começou por afirmar que é necessário para uma realização na vida e colaborar “na edificação de um mundo melhor”, e assinalou que Jesus também trabalhou e “foi conhecido na sua terra como ‘o filho do carpinteiro’”.

“Quero sublinhar o testemunho dos portugueses, especialmente dos Açores, que há muitos anos procuraram rumar aos Estados Unidos da América para edificarem as suas vidas. Por acréscimo, os seus rendimentos produziram efeito para o crescimento da economia de Portugal”, salientou, acrescentando que não se pode “deixar de valorizar o trabalho voluntário”, que é uma das dimensões das ‘Grandes Festas do Divino Espírito Santo’.

Na festa açoriana da costa leste dos Estados Unidos, D. José Traquina explicou quanto à ‘bondade’, que se traduz em “atenção, perdão e generosidade”, “exprime o amor humano e o melhor do interior de cada pessoa”, isto é, o seu coração.

“A bondade é uma graça do Divino Espírito Santo. E nesta Grande Festa, a bondade está bem expressa no cuidado da partilha de bens que se realizou na sexta-feira”, desenvolveu o bispo de Santarém, que, na sexta-feira, dia 25 de agosto, presidiu à ‘bênção das pensões’ – vários tipos de alimentos – que foram distribuídos por “centenas de pessoas”.

“A bondade está ainda expressa no valor importante da cooperação entre gerações; nesta festa verificamos a participação e colaboração de pessoas de todas as idades. Jovens e menos jovens a colaborar juntos. A bondade é fundamental para a salvação do mundo, para a salvação do planeta Terra e do futuro da humanidade”, acrescentou o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana da CEP.

Já sobre a ‘festa’, que manifesta a plenitude da vida humana e “deve ser a marca do cristão”, D. José Traquina afirmou que, para ser “autêntica”, tem de ter “alegria e paz”, e, na Igreja, aprende-se a viver a vida em comunidade e alegria.

“As celebrações na Igreja são maioritariamente festivas”, exemplificou, salientando que também em casa, em família, “é importante o ambiente que permita a festa”.

“Deus quer que haja festa no mundo, mas há milhões de pessoas para quem a vida não tem festa, é mais parecida com o inferno. Por isso mesmo, há tanto para fazer para que o mundo seja mais justo e melhor”, lamentou, relançado à comunidade portuguesa de Fall River (diocese) que aquela grande Festa do Divino Espírito Santo, fundada em 1986, “é profética”.

Este domingo, realizou-se também a Procissão de Coroação pelas ruas desta cidade; no sábado, D. José Traquina participou no desfile e cortejo etnográfico do ‘Bodo de Leite’, dirigindo depois umas palavras e a bênção da massa e do leite, que muitas pessoas levaram para casa, e elogiou estes momentos de tradição que permitirem o encontro intergeracional, destacando a importância da juventude estar ativamente integrada nas festas.

Várias entidades religiosas, civis e políticas participam nestas festas, nomeadamente o vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, e cônsul de Portugal em New Bedford.

(Com Ecclesia)

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