Completam-se hoje 25 anos do sismo nas ilhas do Faial, do Pico e de São Jorge

Oito pessoas faleceram, 80% da habitação ficou destruída e 13 Igrejas ficaram destruídas total ou parcialmente

O primeiro-ministro prestou esta manhã homenagem aos habitantes das ilhas açorianas e à “eficiência dos poderes públicos que concretizaram uma reconstrução exemplar” nas ilhas do faial, do Pico e de São Jorge, na sequência de um abalo de terra que dizimou mais de 80% do parque habitacional do Faial há 25 anos.

Numa mensagem divulgada na rede social Twitter, António Costa recorda que passam hoje “25 anos da crise sísmica que abalou sobretudo as ilhas do Faial e do Pico, causando vítimas, milhares de desalojados e destruição de infraestruturas”.

“Presto homenagem aos faialenses e picoenses e à eficiência dos poderes públicos que concretizaram uma reconstrução exemplar”, lê-se na mensagem.

Em 09 de julho de 1998, um sismo de 5,8 pontos na escala de Richter atingiu a costa norte da Ilha do Faial, nos Açores, provocando oito mortos, 110 feridos e mais de 1.500 desalojados, e destruindo 70% do parque habitacional daquela ilha.

Em declarações à Lusa no âmbito de uma reportagem sobre os 25 anos do sismo, José Contente, atual deputado do PS ao parlamento regional e que era secretário regional da Habitação e Obras Públicas em 1998, recordou as dificuldades que o executivo sentiu naquele ano para alojar provisoriamente as pessoas, numa primeira fase, em tendas provisórias, e depois em pré-fabricados.

“Houve que realojar logo aquelas pessoas, naquele verão, em termos de realojamento provisório. Eu recordo, a esta distância, que não havia pre-fabricados em lado nenhum, as fábricas estavam fechadas no verão. Teve de vir uma equipa do Canadá para fazer a montagem deste tipo de pre-fabricados”, conta.

25 anos depois, o ex-governante considera que o Faial “está hoje mais bem preparado para enfrentar fenómenos como o terramoto de 09 de julho de 1998”, apesar de a ilha estar a ser agora novamente assolada por uma nova crise sísmica.

De acordo com o CIVISA, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores, foram registados desde o início da semana dezenas de sismos (alguns dos quais sentidos), com epicentro no mar, a oeste da freguesia do Capelo, exatamente do lado oposto ao do grande sismo, que ocorreu também no mar, a apenas cinco quilómetros da ponta da Ribeirinha, na costa leste.

“A atividade sísmica a oeste da ilha do Faial encontra-se acima dos valores normais de referência”, refere o ‘site’ oficial do CIVISA, que adianta estar a acompanhar a evolução desta crise sísmica de origem tectónica.

No próximo dia 23 será inaugurada a penúltima das 13 Igrejas que foram total ou parcialmente reconstruídas depois do rasgo de destruição provocado pelo sismo. Trata-se da Igreja de Pedro Miguel, um dos lugares onde o abalo de terra deixou um forte rasto de destruição. Por edificar está ainda a Igreja da Ribeirinha, onde existiu o maior número de desalojados e onde a Igreja ficou totlamente destruída.

(Com Lusa)

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