O Papa disse hoje no Vaticano que “com o diabo nunca se dialoga”, assinalando o primeiro domingo da Quaresma, a partir do relato evangélico das tentações de Jesus no deserto.
“Gostaria de sublinhar isto: nas tentações, Jesus nunca dialoga com o diabo. Nunca. Na sua vida, Jesus nunca dialogou com o diabo, nunca”, referiu, desde a janela do apartamento pontifício, na recitação dominical do ângelus.
Perante centenas de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco sublinhou que Jesus responde às tentações com três passagens da Escrituras.
“Com o diabo nunca se dialoga, não há diálogo possível, somente a Palavra de Deus”, insistiu.
No primeiro domingo do tempo de preparação para a Páscoa, o Papa convidou os católicos a multiplicar os momentos de oração, de silencio e de interioridade.
“Não tenham medo. Somos chamados a percorrer os caminhos de Deus, renovando as promessas do nosso Batismo: renunciar a Satanás, a todas as suas obras e a todas as suas seduções”, apontou.
A reflexão centrou-se no relato do Evangelho segundo São Marcos, no qual se assinala que Cristo, antes de iniciar a sua pregação, se retirou quarenta dias no deserto, onde foi tentado por Satanás.
“O Espírito Santo, que desceu sobre ele imediatamente após o batismo recebido de João, no rio Jordão, o mesmo Espírito empurra-o agora para ir ao deserto, para enfrentar o tentador. Para lutar contra o diabo. Toda a existência de Jesus é colocada sob o sinal do Espírito de Deus, que o anima, inspira e guia”, precisou.
Francisco realçou a simbologia do deserto, na Bíblia, como lugar “onde Deus fala ao coração do homem” e também como “lugar da prova e da tentação”.
“Precisamos de estar cientes da presença deste inimigo astuto, interessado na nossa condenação eterna, no nosso fracasso, e preparar-nos para nos defendermos dele e lutar contra ele. A graça de Deus assegura-nos, com fé, oração e penitência, a vitória sobre o inimigo”, concluiu.
O Papa inicia hoje a semana anual de a semana dos exercícios espirituais, durante a qual todos os compromissos públicos são suspensos, incluindo a audiência geral de quarta-feira.
A tradicional celebração comunitária deste tempo de oração e reflexão com os colaboradores da Cúria Romana, durante a Quaresma, foi cancelada este ano devido à pandemia, pelo que decorrem este ano de forma privada.
(Com Ecclesia)