Pais, alunos e escola envolvidos “para que tudo corra bem”
O Colégio de São Francisco Xavier este ano optou por não abrir as duas turmas do segundo ciclo. É uma das consequências da pandemia: a direção do colégio, que é assegurado pelas Irmãs de São José de Cluny, decidiu suspender uma prática retomada há cinco anos. Esta foi uma das decisões tomadas na sequência da Covid 19 entre tantas outras que fizeram com que o Colégio se adaptasse à nova realidade.
“Este ano interrompemos a lecionação do quinto e do sexto anos. Além disso, está garantido o distanciamento físico entre as crianças seja dentro da sala de aula, que são espaços grandes, seja nos espaços comuns pois criámos circuitos que evitam o cruzamento de pessoas. No refeitório os horários já eram desfasados e agora ainda temos mais isso em consideração, tal como nos recreios” avança a irmã Domingas Lisboa, diretora do Colégio.
Nos Açores existem dois colégios católicos com creche, jardim de infância, primeiro e segundo ciclos.
“O ano letivo começou com muita serenidade e confiança”, avança a religiosa sublinhando a grande “sensibilização e envolvimento” de toda a comunidade educativa.
“Nós já temos crianças desde o mês de maio: primeiro voltou a creche, depois em junho o jardim de infância e em julho as restantes crianças que participaram no campo de férias do colégio”, esclarece lembrando que “tudo correu muito bem”.
Em agosto as crianças da creche continuaram na instituição que só fechou, como é habitual na última semana do mês. A religiosa garante contudo que os ensinamentos do ano letivo passado levaram a instituição a fazer novas apostas nas tecnologias.
“Nós temos um plano B para o caso de termos de voltar ao confinamento” refere a irmã Domingas Lisboa. “No ano passado quando tivemos de confinar os nossos alunos não ficaram sem aulas e agora ainda estamos melhor apetrechados pois investimos muito nesta componente da formação tecnológica para todos, reforçando as competências digitais” refere.
Também o Colégio de Santa Clara, na ilha Terceira, está pronto para todos os cenários.
“Os pais estão muito envolvidos e conhecem bem o nosso plano de contingência” refere a irmã Helena Godinho, religiosa das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição e diretora do Colégio.
“Os pais não entram no colégio; apenas um dos pais pode entrar na creche”, refere. O uso de máscara é também obrigatório e os alunos do segundo ciclo utilizam-na.
“Nós temos um plano de atividades que está condicionado e que pode não ser exequível” refere a religiosa que destaca as festas de Natal, actividades desportivas e outras que estão profundamente enraizadas na vida da comunidade que, embora previstas podem não se concretizar.
“Temos já definido um modo de envolver todos e fazermos de forma diferente”, esclarece.
“Há muitas actividades que vão ter de ser vividas em contexto de turma ou de ano” acrescenta ainda lembrando que o facto do colégio ter duas turmas por ano pode facilitar o desenvolvimento de algumas actividades sem por em causa as regras do distanciamento social que o Colégio tem garantido desde que recomeçou a atividade.
“Há crianças e pais que não voltavam à escola há seis meses. Tivemos de os sensibilizar para toda esta nova realidade. Foi tudo feito com tempo e com grande tranquilidade” acrescenta.
“A reunião inicial deu muita tranquilidade” sublinha a irmã Helena Godinho.
Os dois colégios católicos da Região acolhem crianças desde a creche até ao segundo ciclo.