38,7% dos sacerdotes já foram ordenados a partir de 2000. São poucos os que foram ordenados acima da idade mínima prevista pela Santa Sé para as ordenações
O clero diocesano de Angra tem uma média etária de 55,49 anos, o que o torna, ainda assim, um dos mais jovens cleros entre as dioceses portuguesas.
Na preparação do arranque do novo ano pastoral, em que a diocese entra numa `caminhada sinodal´, e o prelado apela ao envolvimento de todos num “compromisso” com este novo desafio, segundo dados do anuário católico, 21,4% dos 140 sacerdotes ao seu serviço tem 40 anos ou menos sendo que há 5% de sacerdotes com 30 anos ou menos, o que revela que a diocese, embora se comece a deparar com alguma crise vocacional, tenha conseguido anualmente garantir a entrada de novos sacerdotes no ministério.
Aliás, o Seminário Episcopal de Angra manteve um ritmo anual de ordenações, tendo sido nas duas últimas décadas, o ano de 2000 o mais profícuo com 10 ordenações em simultâneo. Refira-se que o próximo ano pastoral poderá ser aquele que mais se aproxima deste ano jubilar de 2000 com a possível ordenação de seis seminaristas. Entre 2000 e 2019 foram ordenados na diocese 38,7 % dos seus sacerdotes.
Em contrapartida, 16,42% do clero diocesano insular tem 75 anos ou mais, o que faz com que dos 140 padres que servem a diocese de Angra, apenas 83% esteja efetivamente disponível para servir, como párocos, as 165 paróquias que compõem a diocese.
O sacerdote mais velho da diocese está na ouvidoria de Angra, tem 92 anos e o mais novo tem 26 anos e, serviu no Faial até ao final deste ano pastoral, tendo sido deslocado agora para a ilha Terceira. Existem ainda na diocese cinco sacerdotes que têm menos de 30 anos.
Dados nacionais
Entre 2000 e 2015, o número de sacerdotes diocesanos em Portugal baixou de 3159 para 2524 e no clero religioso (Congregações e Institutos) os padres passaram de 1078 para 907, tendo-se perdido no total 635 sacerdotes em 15 anos.
Segundo dados do anuário católico de 2018 existem atualmente pouco mais de 3000 sacerdotes para as 4373 paróquias existente em Portugal.
Face à descida dos padres diocesanos, os sacerdotes religiosos missionários optam por ficar em Portugal, abandonando muitas vezes as missões no estrangeiro, nomeadamente em missões ad gentes.
Nos Açores existem duas paróquias entregues a sacerdotes religiosos, na ouvidoria da Lagoa, na ilha de São Miguel- Livramento e Cabouco- geridas por três sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos). Também na Terceira o Instituto de São João de Deus e os Franciscanos assumem algumas capelanias, nomeadamente na Casa de Saúde de São Rafael e Santa Casa da Misericórdia de Angra.
Há também um sacerdote das novas comunidades de vida consagrada- Obra de Maria- que é pároco em Rabo de Peixe.
Os padres no mundo
Olhando para o mundo, e de acordo com dados do último anuário católico publicado pelo Vaticano, durante o período entre 2010 e 2016, os sacerdotes no total aumentaram em 0,7%, passando de 412.236 para 414.969.
No entanto, se analisarmos os sacerdotes diocesanos e religiososseparadamente, observa-se que, diante de um crescimento dos primeiros (1,55%), os religiosos sofrem um declínio numérico não insignificante (redução relativa de 1,4%). Nos vários continentes, as dinâmicas são diferenciadas.
Os sacerdotes religiosos, salvo alguma exceção de incremento como a África, a região do Sudeste Asiático e a América Central-continental, sofreram no geral um decréscimo numérico com picos de certa importância na América do Norte e na Europa.
Por outro lado, os sacerdotes diocesanos mostram uma tendência oposta: aqui as áreas de decréscimo, limitadas à América do Norte, Europa e em menor escala na Oceania, são a exceção de uma situação de crescimento geral, ainda que em alguns casos bastante brando.
Deve-se observar o caso da África em que o movimento de crescimento é contínuo (+23,1%).
A distribuição em 2016 por áreas geográficas, mostra, que a Europa continua a ter o maior número de sacerdotes, 42,6 %, logo seguida pelo continente americano, com 29,5%, enquanto as outras áreas geográficas seguem com 15,9 % na Ásia, 10,9% em África e, finalmente, 1,1% na Oceania.