Iniciativa decorre no Centro Cívico e Cultural de Ponta Delgada e junta especialistas das várias áreas do tratamento e acompanhamento de doentes psiquiátricos
Realiza-se esta sexta feira a conferência sobre “ Saúde Mental na Infância e Adolescência” com o pedopsiquiatra Bruno Seixas , do Hospital do Divino Espirito Santo, no Centro Cívico e Cultural de Santa Clara, em Ponta Delgada, para assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental.
Trata-se de uma iniciativa integrada no III Roteiro de Saúde Mental dos Açores, que está a decorrer desde segunda feira, com visitas abertas às várias instituições que lidam diariamente com esta problemática na maior cidade do arquipélago.
O III Roteiro de Saúde Mental é promovido pelo Centro de Bem Estar Social de São José, em parceria com a Casa de Saúde S. Miguel – Instituto São João de Deus; a Casa de Saúde N.ª Sr.ª da Conceição – Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e a Associação para a Promoção da Saúde Mental (ANCORAR).
Na conferência que assinala o Dia da Saúde Mental, serão ainda abordados temas como Saúde Mental: uma perspectiva sistémica com a socióloga Elisabete Gomes, Terapeuta Familiar no Centro de Terapia Familiar e Intervenção Sistémica; Cuidados de Enfermagem em Saúde Mental com José Martins , Enfermeiro Especialista em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica no Hospital do Divino Espírito Santo e a perspetiva da família: a experiência do curso «Ancoragem», com Joana Cabral , Mestre em Psicologia, investigadora e colaboradora da Associação ANCORAR. A Moderação deste painel estará a cargo da psicóloga Célia Carvalho, Vice-Presidente da ANCORAR
Nesta sessão participarão ainda a Secretária Regional da Solidariedade Social, Andreia Cardoso, o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, bem como os responsáveis pela parceria.
A sessão encerra com a atuação do Grupo de Cantares da Casa de Saúde de Nossa Senhora da Conceição..
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, a cada 40 segundos, algures no mundo, morre uma pessoa por suicídio e, a nível mundial, entre 10 a 20% de crianças e adolescentes experienciam uma doença mental, cuja ausência de tratamento terá um impacto severo ao nível do seu desenvolvimento.
No contexto europeu, as estimativas apontam para que 83 milhões de pessoas adultas tenham experienciado, ao longo da sua vida, pelo menos uma doença mental.
Em Portugal, as perspetivas estão longe de ser animadoras. O país apresenta a prevalência mais elevada de perturbações mentais (22,9%) comparativamente aos países europeus analisados e, a nível mundial, situa-se na segunda posição.
Os distúrbios psiquiátricos e os problemas de saúde mental são a principal causa de incapacidade para a atividade produtiva e uma das principais causas de morbilidade e morte prematura.
A depressão, os problemas ligados ao álcool, as perturbações esquizofrénicas, as doenças bipolares e as demências são as patologias responsáveis pela maior incapacidade para a atividade produtiva e psicossocial.
“Atendendo a este quadro, urge assim olhar para a realidade Regional e refletir sobre o impacto dos problemas de saúde mental sobre a vida familiar, as redes de suporte social, desempenho profissional e emprego, bem como o sofrimento ligado ao estigma, à discriminação e à exclusão social”, sublinha um comunicado da organização a que o Sítio Igreja Açores teve acesso.