Cem anos de HISTÓRIA , Cem anos de vidas

Pelo Pe João da Ponte

A Ouvidoria da Povoação está em Festa. Onde há Festa, há movimento. A azáfama destes dias é grande. Todos se preparam para celebrar com júbilo a grande Solenidade do Centenário da sua Fundação.

Queremos celebrar a vida e a identidade de um povo que entre conquistas e derrotas, entre risos e choros marcou a HISTÓRIA. Como diz o Filósofo, recordar é viver e recordando a HISTÓRIA, queremos tocar a vida de tantos homens e mulheres, padres, religiosos e leigos, que de coração generoso semearam a fé, os costumes e os valores.

Nesta Solenidade, a maior da nossa Ouvidoria, queremos honrar as nossas gentes, as do passado e as do presente, que vivem a mesma Fé imortal. Sabemos que os tempos são outros e que as exigências e os desafios são grandes, mas olhando para o passado, ansiamos viver o tempo presente, saboreando aquilo que temos e somos, mas também projetando um futuro que se avizinha próximo e que por nós espera.

A azáfama é grande, dizia acima, e deverá continuar, mesmo depois destas comemorações, uma vez que o Espírito Santo desinstala-nos e põe-nos em movimento. É bonito vermos comunidades a darem as mãos para que toda a Festa seja realmente um hino de ação de graças a Deus. Não será este um sinal do Espírito de Deus no meio do seu povo? É assim, na minha maneira de ver, se vai construindo a unidade da Igreja.

Cada Comunidade Paroquial é única, mas não se deve isolar. Quando uma Comunidade se fecha dentro das suas fronteiras físicas, o trabalho torna-se muito mais pobre. Esta Festa do Centenário da Ouvidoria deverá ser um convite a unirmo –nos na Fé, uma vez no mundo atual já existe muita divisão e discórdia. A Igreja deverá ser um verdadeiro jardim onde se respira a unidade. É o próprio Jesus que pede ao Pai na Véspera da Sua Paixão: que eles sejam um, ó Pai, como Tu e eu somos um Jo 17,22.

Unidade não significa uniformidade. Não é isso que se pretende. Cada Comunidade Paroquial é diferente e única nas suas características e vemos isso claramente pelas comunidades que constituem a Ouvidoria da Povoação. As Comunidades são muito diferentes, marcadas pelo espaço geográfico, pelos Costumes, pelas pessoas, pela HISTÓRIA… As Comunidades Paroquiais da Povoação são únicas, porque cada um de nós é único e irrepetível, mas são convidadas a unir esforços para o essencial que muitas vezes é invisível, não arrasta multidões e não tem projeção, mas é o essencial para que o milagre da vida aconteça e se renove todos os dias.

Celebrar cem anos de Ouvidoria é um convite a irmos mais além, para além das fronteiras físicas de cada Comunidade Paroquial, para que o Reino de Deus se propague e as bonitas flores do amor, da alegria e da misericórdia se estendam a todos os lugares e recantos do mundo.

Demos, pois, graças ao Senhor por todos os benefícios concedidos ao longo destes cem anos e honremos com alegria a feliz memória das nossas gentes, elevando neste dia este hino de júbilo à Igreja, nossa Mãe:Eu te saúdo, ó Igreja, minha mãe, Peregrino a caminho da nova Jerusalém.Templo de Deus Santo, vivo e verdadeiro, em cujo altar, como vítima, Se imola o pascal Cordeiro. És garantia Da glória celestial. Aos que renascem na fé pela água baptismal. Construção firme, alicerçada em promessa, em ti formamos um Corpo que tem Cristo por Cabeça. (Hino de Laudes)

*O padre João da Ponte é o pároco da igreja Matriz da Povoação

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