Paróquias que seguiram o projecto Say Yes para a adolescência prosseguem nessa rota acomoanhando indicações nacionais, restantes permanecem no ritmo anterior aguardando os novos materiais para o próximo ano pastoral
A decisão é dos sacerdotes e das equipas de catequese de cada ouvidoria mas o Serviço Diocesano de Apoio à Evangelização, Catequese e Missão sugere que se mantenham os ritmos até agora desenvolvidos na diocese da adolescência: quem está a seguir o projecto Say Yes proposto pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã, a partir de uma experiência de Lisboa, deve completar o último trimestre até dezembro e seguir adiante com os novos materiais já em janeiro. Quem não aderiu a esta mudança deve permanecer até ao final do ano pastoral com o mesmo esquema.
A sugestão é dada pelo novo diretor do Serviço, padre Jacob Vasconcelos, que três anos depois de ter estado em Roma, onde se formou em Teologia Pastoral, regressa à direção do serviço. Numa nota enviada a todos os colegas párocos, a que o Sítio Igreja Açores teve acesso esta sexta-feira, o sacerdote reconhece que “para o bem de todos” devem ser respeitados os ritmos seguidos até agora e que não faz sentido usar em janeiro os catecismos novos se “não se seguiu o Say Yes” porque isso implicaria “introduzir novos materiais” a meio de um ano pastoral. No entanto, refere, “cabe a cada pároco decidir sobre estas matérias, em diálogo com os seus catequistas.
Na primeira comunicação que faz com os colegas sacerdotes, o padre Jacob Vasconcelos lembra que em 2024 é tempo de toda a diocese trabalhar em conjunto os novos materiais da catequese da adolescência, sugerindo que ao longo deste ano já existirão vários momentos formativos, cuja data ainda está por aclarar.
O sacerdote, que dirigiu o serviço logo após a sua ordenação presbiteral, a 1 de julho de 2017, até ir para Roma, disponibiliza ainda materiais e acompanhamento das equipas da catequese de ouvidoria.
A catequese é um dos serviços mais presentes em toda a diocese de forma organizada, apesar de ter sofrido alguns embates durante a pandemia, com muitas sessões suspensas. Em entrevista ao programa de rádio Igreja Açores no passado dia 9 de setembro, o sacerdote reconhecia que havia contextos diversos de ilha para ilha.
“O contexto é diversificado e vai ser um período muito exigente com a saída de novos materiais para a catequese da adolescência que exigirão nova capacidade de conversão de catequistas e padres” referia o padre Jacob Vasconcelos.
“Julgo que há três grandes desafios: por um lado voltar ao bom ritmo da formação de catequistas, criando equipas locais que possa trabalhar de acordo com as novas metodologias; acolher os novos materiais da catequese na adolescência que seguem os itinerários já propostos pelo Say Yes e, estudar o porquê da desistência de crianças e adolescentes”.
“Temos de estar atentos a este fenómeno para atuar sobre ele” referiu reconhecendo que seria necessária uma grande abertura pastoral ao que vem de novo e ter capacidade de conversão pastoral”, salientou ainda.
O itinerário, que começou antes da Jornada Mundial da Juventude e com vista à sua preparação, fez um percurso pela história das jornadas, seguindo aquilo que são os passos essenciais da catequese: a atenção à experiência da vida, a iluminação dessa experiência no encontro com a Palavra de Deus e na oração e o compromisso generoso na missão.
Algumas paróquias da ilha Terceira adoptaram este itinerário catequético logo no inicio da sua proposta, mas a esmagadora maioria das paroquias da diocese de Angra não o seguiram desde 2019, o que “poderá dificultar um pouco mais” a adaptação à nova realidade.