Responsáveis preparam etapas dirigidas a todos os anos da catequese para iniciar já em setembro
A delegação do Serviço Diocesano da Evangelização Catequese e Missão da Vigararia Nascente, que integra as ilhas de São Miguel e Santa Maria, vai desenvolver um conjunto de catequeses virtuais sob o lema “Conectados em Cristo”. A equipa está a elaborar vários subsídios para diferentes plataformas digitais, consoante o critério das paróquias tendo em conta dois objetivos: chegar mais depressa e de forma direta aos catequisandos permitindo, por outro lado, um maior acompanhamento e proximidade dos catequistas.
O projecto, que resulta de uma necessidade de responder de forma imediata aos constrangimentos de um eventual novo confinamento ou impossibilidade de encontros presenciais na forma tradicional, foi apresentado esta quarta feira numa reunião da equipa que integra a Delegação do Serviço Diocesano para a Catequese e Missões da Vigararia Nascente com os responsáveis das oito Ouvidorias da Ilha de São Miguel para fazer um ponto da situação da catequese na ilha, na qual foram realçadas as dificuldades que os catequistas tiveram de enfrentar durante o confinamento imposto pela pandemia, entre março e maio.
O padre Carlos Simas, responsável pela Catequese na Vigararia nascente, identificou algumas dificuldades sentidas durante este período, procurando explicar os problemas que estão na sua raíz. Desde logo, a dificuldade maior passou pela incapacidade de pôr em prática as iniciativas propostas pelo Secretariado Nacional, pois “algumas paróquias, como todos nós, não estávamos preparados para nos lançarmos num ‘mundo’ ainda por explorar no que respeita ao mundo digital no campo da catequese”. Por outro lado, a “ falta de compromisso dos pais” e a “falta de assiduidade das crianças e dos pais na Eucaristia, principalmente em tempo de férias” são aspectos, que não sendo novos, “ que têm de ser preparados e ultrapassados.”
Citando D. António Moiteiro, responsável pela Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, o padre Carlos Simas frisou que “tem de se fazer mais para que a catequese seja vista como um ‘processo de iniciação na fé’ por forma a canalizar pais e crianças para uma melhor participação na Eucaristia”. Para isto acrescenta: “é necessário envolver mais a família no itinerário catequético”.
O projecto das catequeses virtuais, para o próximo ano, será desenvolvido em quatro etapas: 1.ª etapa, do 1.º ao 3.º ano cujo tema é “A casa de Jesus”; 2.ª etapa, do 4.º ao 6.º ano com o tema “Família com Deus”; 3.ª etapa, do 7.º ao 8.º ano com o tema “Somos + Família”; e por último a 4.ª etapa, do 9.º e 10.º ano com o tema “Comprometidos com o Espírito”.
A partir de setembro, independentemente do sistema adotado para iniciar os encontros das catequeses nas paróquias, este esquema será enviado para todas as ouvidorias, que se responsabilizarão por o colocar em prática em cada paróquia.
“Não é um método complicado e as nossas catequistas têm bases para o fazerem e colocarem em prática” adianta o padre Carlos Simas sublinhando que “os catequistas que não se encontram familiarizados com os meios digitais terão uma oportunidade para se juntarem aos que sabem manusear estes meios por forma a que juntos, possamos ultrapassar as fronteiras irmos ao encontro dos nossos catequizandos”.
O sacerdote salientou, ainda, que “Tudo será sempre um desafio, porque a novidade mete-nos medo e o sistema ajuda-nos mais a acomodar-nos, daí que é preciso espicaçar para sairmos das nossas zonas de conforto, porque só assim saberemos evangelizar sem as nossas seguranças, mas com a confiança no Espírito. A catequese deve ser livre assim como o próprio Espírito. Procurarmos espaços diferentes. Jesus catequizava à beira do caminho, no templo, em casa das pessoas, em múltiplos lugares. A catequese faz-se no quotidiano partindo da experiência de cada um. Mas o catequista deverá ser o testemunho vivo da experiência com Cristo”.
“Este projeto foi pensado, projetado, assimilado, compreendido e proposto, mas só terá sucesso se todos nos empenharmos em colocá-lo em prática. É de facto um projeto que se poderá colocar em prática caso haja confinamento, ou mesmo havendo catequeses presenciais, os catequistas poderão usar os subsídios digitais para adiantarem o assunto dos encontros catequéticos provocando desta forma os catequizandos e até mesmo os pais”, esclareceu ainda o responsável.
Nesta reunião procedeu-se à planificação das atividades da delegação para a Vigararia que passará por ações de formação que poderão ser presenciais ou on line consoante o desenrolar desta situação pandémica.