A presidente da Cáritas Portuguesa manifestou hoje a sua preocupação com o cenário de temperaturas elevadas e risco de incêndio, recordando que existem “muitos equipamentos e pessoas isoladas” por todo o país.
“Estamos a tentar proteger as pessoas isoladas para que se hidratem, para garantir que não estão em situação de risco, que alguém está atento às suas situações. E, com as autoridades locais, tentar garantir que há alguma vigilância sobre estas situações”, disse Rita Valadas à Agência ECCLESIA.
Portugal Continental entrou esta segunda-feira em situação de contingência, devido às previsões meteorológicas; quase todo o território apresenta hoje um perigo máximo e muito elevado de incêndio rural.
A Cáritas Portuguesa considera “muito importante” que as pessoas tenham consciência de que se devem manter em casa, “em zonas frescas”.
“Não devem sair para a rua em horas de maior calor, devem hidratar-se, devem contactar os seus familiares dando noção de medos ou receios, e contactar a Cáritas caso precisem de alguma atenção de proximidade porque a Cáritas está muito perto”, acrescentou Rita Valadas.
A responsável assinala que as redes de apoio domiciliário e de visitação “estão alertas neste momento” para a vigilância das pessoas que “estão isoladas” e sobre as suas casas, a situação como vivem, “se precisam de outro tipo de assistência”.
“Temos de passar muito a mensagem que, neste caso, hidratar é remédio, é obrigatório, e que mesmo que não queiram têm de beber. Mesmo que não tenham consciência que estão com necessidade de água, de líquidos, são absolutamente necessários nesta altura. Preocupa-nos a situação dos idosos isolados, que às vezes esquecem-se de que isto é um bem essencial e que se precisam de cuidar”.
A Cáritas Portuguesa integra o Sistema Nacional da Proteção Civil, assumindo as missões que lhes estão atribuídas no respetivo Plano Nacional de Emergência.
Rita Valadas pede às pessoas que “não corram os riscos que nacionalmente são evidentes”.
“Nada que possa fazer fogo, às vezes, as pessoas querem ir cortar lenha e, neste momento, qualquer fagulha pode dar um incêndio. Cuidados que nunca são demais: Não fazer fogo, não deitar cigarros para o chão, e proteger-se pessoalmente do calor na forma e na medida possível. E sobretudo hidratar, hidratar, hidratar. Bebam líquidos e não se esqueçam que isto pode salvar vidas, agora”, desenvolveu.
A Cáritas Portuguesa contribui para a implementação da política de proteção mas não é uma instituição de “primeira linha, atuam no apoio ao socorro às pessoas”, às necessidade se for necessário evacuar para proteger as pessoas e poder-lhes dar alguma subsistência, ou atenção na esfera do apoio psicológico.
“Neste momento temos uma situação de grande risco, as pessoas estão em alerta mas não tem havido grandes situações que nos obriguem a uma intervenção muito diferente daquelas que já temos como rotina. Esperamos que não aconteçam, para nós era bom sinal que não tivesse de ser necessário agir com toda a rede”, indicou a presidente da instituição católica.
A responsável explica que a Cáritas procura divulgar “toda a informação necessária” que possa preparar as pessoas para os cuidados necessários e evitem “atitudes que possam comprometer os territórios e as próprias populações”.
(Com Ecclesia)