Dia Mundial para a erradicação da pobreza celebra-se esta sexta feira
A Cáritas Diocesana dos Açores associa-se à mensagem “de diversas instituições e personalidades” que defende a criação de uma estratégia nacional de luta contra a Pobreza e Exclusão Social, informa uma nota a que o Sítio Igreja Açores teve acesso.
Esta sexta feira assinala-se o Dia Mundial para a erradicação da pobreza e a Cáritas reitera que “esta estratégia é fundamental porque, na verdade, “A pobreza mata“.
Por isso, diz a organização católica, “ é incontornável a exigência aos governantes e sociedade em geral de uma reflexão, procurando ir o mais longe possível na construção dos necessários consensos em torno de uma estratégia que deverá ser capaz de modelar um programa de Governo para o médio e longo prazos”.
Quase um em cada cinco portugueses (18,7%) estava em risco de pobreza no ano passado, o valor mais elevado desde 2009. Os dados são divulgados pelo INE para assinalar o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza.
A tendência para o risco de pobreza é mais elevado na população infantil, uma faixa em que 29,3% estava em privação material no ano passado (significa que o seu agregado não tem acesso a três bens de uma lista de nove considerados importantes).
O gabinete de estatística diz que “o risco de pobreza para as crianças diminuía com o aumento do nível de escolaridade completado pelos pais, sendo de 37,5% para aquelas com pais que não tinham completado pelo menos o ensino secundário, de 14,1% quando os pais concluíram o ensino secundário ou pós-secundário (não superior) e de 4,1% quando os pais possuíam habilitações académicas de nível superior”.
Os números indicam, também, que o risco de pobreza das famílias com crianças dependentes se tem vindo a agravar, tal como a taxa de intensidade de pobreza. Uma realidade que se propaga em Portugal enquanto estabiliza na União Europeia.
Outros dados, da Pordata, relativos a 2011, mostram que Portugal era o nono país da União Europeia com uma taxa de risco de pobreza mais elevada e que tinha no ano passado 360 mil pessoas a receber o Rendimento Social de Inserção, quase metade delas com menos de 25 anos. Esta prestação social é uma das que será afetada pelos tetos máximos que o Governo introduziu no Orçamento do Estado para 2015.
Uma situação que para o Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, “é inadmissível e deve merecer a atenção dos governantes” durante a discussão do Orçamento.
A Pordata nota também que Portugal é o sexto país da União Europeia com maiores desigualdades de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres.
Olhando para a realidade mundial, a Oikos lembra que cerca de mil milhões de pessoas passam fome em todo o mundo e há 200 milhões de desempregados.