Cabido da Sé presta homenagem a D. António de Sousa Braga

Este domingo foi celebrada uma missa por sua intenção, praticamente um mês depois da sua morte

O Cabido Catedralício da Sé de Angra prestou esta tarde uma homenagem ao bispo emérito de Angra, D. António de Sousa Braga, que faleceu no passado dia 23 de agosto em Lisboa.

“Hoje, o Cabido da Sé Catedral, representado pelos cónegos que puderam estar presentes, quer juntamente convosco, oferecer esta Eucaristia pelo nosso bispo emérito D. António de Sousa Braga, falecido no passado dia 23 de agosto” disse o deão da Sé, cónego Ângelo Valadão, que presidiu à celebração.

O sacerdote, que foi escolhido para deão da Sé no momento da reativação do cabido pelo prelado, em fevereiro de 2015, destacou o “desprendimento dos bens materiais” e o sentido de solidariedade e de pobreza do bispo mariense.

A partir da passagem do Evangelho de São Lucas (cf. Lc 16,1-13) em que Jesus conta uma história de corrupção, do “administrador desonesto” e que hoje foi proclamada nas missas deste 25º Domingo do Tempo Comum, na qual Jesus nos ensina sobre a correta aquisição e uso dos bens materiais, o cónego Ângelo Valadão deixou um desafio: “Entre as muitas virtudes do bispo D. António sobressaíram as do desprendimento dos bens materiais, do seu espírito de pobreza, de partilha, de solidariedade, de amizade. Nesta homenagem que lhe prestamos procuramos copiar dele estas virtudes cristãs para as quais a palavra de Deus hoje proclamada nos desafia a viver”.

Já na homilia, o sacerdote lamentou que existam muitos que se dizem cristãos que “utilizam os mesmos esquemas de corrupção, de injustiça para obterem proveitos para si”. E reforçou o valor do trabalho como o único instrumento que dignifica a vida do homem.

O sacerdote lembrou, de resto, que ninguém pode servir a dois senhores: a Deus e ao dinheiro.

“Há que fazer uma opção, isto é, ou servimos a Deus e por isso servimos os valores do reino- a alegria, a partilha, o amor, a solidariedade e a justiça- ou servimos os interesses de uma sociedade que encontra felicidade no dinheiro mas que gera a guerra, a ganância, o ódio e a violência, e promove o egoísmo”, disse ainda.

“Jesus não condena o dinheiro em si mesmo, mas a obsessão, a escravidão com os bens materiais e ao que eles nos podem sujeitar perturbando a nossa vida, afastando-nos da amizade, da partilha e da fraternidade” enfatizou.

Esta missa, na Sé, é o culminar de uma série de homenagens e de celebrações que evocam a memória do bispo emérito D. António de Sousa Braga que faleceu na sequência de uma paragem cárdio-respiratória. O prelado, natural dos Açores, foi o 38º bispo de Angra, diocese que governou durante 20 anos.

(Com Dinis Toledo)

 

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