Solenidade da dedicação valoriza a “igreja como habitação de Deus na cidade” diz pároco da Sé
O bispo emérito de Angra, D. António de Sousa Braga, regressa à diocese para presidir à celebração do aniversário da dedicação da Igreja Catedral que se assinala este domingo, com uma solenidade própria.
Em declarações ao Sítio Igreja Açores o pároco lembra que assinalar este dia é “valorizar a igreja como habitação de Deus na cidade” dando “visibilidade à igreja de Cristo”.
A solenidade da dedicação da Sé de Angra, rito que ocorreu há 208 anos embora a igreja seja anterior, começa já esta tarde, com as vésperas e todo as missas seguirão a liturgia própria da solenidade da dedicação.
“É nesse sentido que vão todas as nossas orações e tudo o que está preparado” precisa o Cónego Hélder Fonseca Mendes.
“Com esta solenidade damos visibilidade ao edifício em si, à sua função na cidade e estamos em comunhão com toda a igreja diocesana”, sublinha ainda o sacerdote que é também Vigário geral da Diocese.
A Igreja do Santíssimo Salvador da Sé, também referida apenas como Sé de Angra do Heroísmo, localiza-se na freguesia da Sé, no centro histórico da cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores. É a sede do Bispado de Angra. A igreja remonta a uma primitiva igreja paroquial, iniciada por Álvaro Martins Homem em 1461. Sob a invocação de São Salvador, deve ter sido concluída em 1496, data da nomeação do seu primeiro vigário. Com o aumento da população e a criação do Bispado de Angra, pela bula Æquum reputamus de 3 de Novembro de 1534, a Câmara Municipal formulou um pedido para que se construísse um novo edifício para a Sé, no mesmo local.
O edifício começou a ser construído muito mais tarde e só viria a ser reconsagrado em 1808.
O terramoto de 1980, que arrasou a cidade de Angra, causou extensos danos ao edifício. Com os trabalhos de restauração a decorrer, a 5 de julho de 1983 registou-se a derrocada de uma das torres e em 25 de setembro daquele ano, um grande incêndio destruiu por completo as talhas douradas dos altares, os órgãos de tubos e o teto em caixotões.
Nessas catástrofes perdeu-se um enorme espólio artístico, principalmente de decoração barroca, mas foi possível reedificar o templo que manteve a sua imponência e continua a ser o centro religioso dos Açores e um importante centro cívico da cidade, onde decorrem os mais proeminentes acontecimentos.
Encontra-se classificada como Monumento Regional pela Resolução n.º 41/80, de 11 de Junho, classificação consumida por inclusão no conjunto classificado da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo, conforme a Resolução n.º 41/80, de 11 de Junho, e artigo 10.º e alínea a) do artigo 57.º do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2004/A, de 24 de Agosto.