Concelebração eucarística em São Miguel reúne clero da ilha para assinalar quatro bodas de ouro sacerdotais.
Os sacerdotes têm de ser os primeiros a estar disponíveis para promover o encontro com o próximo e acolhê-lo, disse esta manhã o Bispo de Angra durante a eucaristia que assinalou, a celebração jubilar dos 65 anos de Ordenação Sacerdotal do Cónego Custódio, bem como os 60 anos de Ordenação Sacerdotal dos Padres Gregório Amaral, Manuel de Sousa e João Leite, na Clínica do Bom Jesus, em Ponta Delgada.
“O Ministério sacerdotal é uma resposta ao chamamento de Deus para a realização de um projeto que não é pessoal nem pode servir para proveito próprio, mas sim para anunciar o Evangelho”, disse D. António de Sousa Braga, naquela que foi uma espécie de antecipação da Missa Crismal que decorrerá na próxima quarta feira na Sé de Angra.
Na presença de dois dos quatro homenageados (Pes Custódio e joão leite estiveram ausentes por motivos de saúde) e de praticamente todo o clero da ilha de São Miguel, o Bispo de Angra convidou os presentes a renovarem as suas promessas sacerdotais e a serem o “maior” exemplo desta “cultura do encontro” proposta pelo Papa Francisco.
“A solidariedade e a fraternidade são o elemento mais importante da vida humana e nós cristãos temos a responsabilidade de as pôr em prática em todos os momentos da vida”, sublinhou o prelado Diocesano.
“Nós precisamos do encontro e de vivermos mais em comunidade o que é tão importante como fazer coisas” lembrou D. António de Sousa Braga que reconhece algum envelhecimento na diocese mas orgulha-se de, durante o seu episcopado de 17 anos, ter ordenado “cinquenta sacerdotes”.
“Atualmente há menos jovens a quererem seguir este caminho, embora nós na Diocese não nos possamos queixar. Mas é evidente que falta gente e seria necessário mais jovens até para mantermos o nosso seminário que além da formação sacerdotal para formar pastores também dá aulas ao contrário do que acontece noutras casas de formação no continente”, recordou o Bispo de Angra.
O apelo deixado aos sacerdotes foi na mesma direção do que deixou aos cristãos, no dia em que se inicia a Semana Santa.
O responsável pela Igreja Católica nos Açores diz que é preciso, cada vez, mais que os cristãos se organizem no sentido de serem mais solidários.
“A igreja tem de recriar o sentido de vizinhança que se está a perder e de ser capaz de estimular um maior sentido de solidariedade. Não é só uma questão de distribuir dinheiro, porque ele é pouco, mas de criar verdadeiros laços de entreajuda”, reforçou D. António de Sousa Braga.