Diocese assinala 482 anos de criação
A Igreja Católica nos Açores assinala nos dias 3 e 6 de novembro o dia da criação da diocese, a 3 de novembro de 1534 pela Bula Aequum Reputamus, do Papa Paulo III e o dia da igreja diocesana, a 6, na Festa da Dedicação da Basílica de São João Latrão (Roma) .
Este período festivo na diocese de Angra prolonga-se até dia 13, altura em que termina a Semana dos Seminários e começa com uma reunião do prelado diocesano com todos os sacerdotes ordenados nos últimos dez anos, um deles ordenado já no episcopado de D. João Lavrador.
Ao todo 24 sacerdotes diocesanos vão encontrar-se com o bispo de Angra no Seminário Episcopal para, em conjunto, refletirem sobre o que é ser padre nos dias de hoje: problemas e desafios.
Para o Pe Gaspar Pimentel, natural do Nordeste, ordenado há um ano, a paroquiar no Pico, é uma oportunidade para “reencontrar amigos” e “partilharmos alegrias e vitórias” nesta vida sacerdotal e “se calhar também vermos onde falhamos com mais frequência” e que “no dia a dia até nem temos consciência pois o tempo corre depressa demais”.
Para este sacerdote, um dos mais jovens em termos de idade, o padre hoje “tem de estar muito desperto e ser muito perspicaz para ler o mundo”, sem se deixar envolver nele.
Para Eurico Caetano, este encontro servirá para nos recentrarmos naquilo que é fundamental: “levarmos as pessoas a comprometerem-se , esta é a nossa principal batalha”.
“Nos últimos 30 anos as pessoas escudam-se no facto de não se reverem nas regras e na disciplina da igreja para não assumirem compromissos e nós temos de lhes explicar que não é isso que importa mas sim seguirmos Jesus e esse é o verdadeiro compromisso”, diz o sacerdote, natural da Ribeira Grande e a paroquiar nas Flores, onde leciona também a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica.
“Precisamos de fazer com que as pessoas se revejam na vida e nas regras da igreja”, sublinha.
Por seu lado, Pedro Lima, ordenado em setembro e atualmente vigário paroquial na Conceição em Angra do Heroísmo, este encontro servirá essencialmente para nos determos naquela que é a missão do padre e que mudou muito sobretudo naquela que “é a leitura que as pessoas fazem do ministério”.
“Antes o padre impunha-se pela autoridade; hoje é pelo testemunho e pela forma como responde às necessidades das pessoas” refere o jovem sacerdote que sublinha a importância do padre estar inserido no mundo.
“Numa sociedade mais laicizada, menos religiosa as exigências em relação ao padre são muito maiores do que no passado porque as pessoas são, naturalmente, mais exigentes e requerem de nós outra capacidade de intervenção”.
Neste encontro promovido por D. João Lavrador participarão sacerdotes de quase todas as ilhas, à exceção do Corvo e de Santa Maria.