34 sacerdotes e dois diáconos iniciaram hoje em Ponta Delgada o retiro anual orientado pelo claretiano Pe Abílio Pina Rodrigues
O Bispo de Angra disse hoje aos 34 padres e dois diáconos, que iniciaram um retiro de quatro dias, em Ponta Delgada, que apesar das dificuldades, todos têm de ser capazes de fazer uma pastoral que tenha como prioridade as pessoas.
No começo dos trabalhos do primeiro turno de retiro do clero da diocese de Angra, que se realiza no Centro Missionário dos Padres Dehonianos, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, até quinta feira, D. António de Sousa Braga lembrou que o retiro é um momento para “reviver o dom recebido” e que os sacerdotes devem apostar “numa verdadeira conversão” para que consigam “inovar”
“Na pastoral, não há receitas. Aliás, uma pastoral de gestação não segue um único modelo pastoral. Dá prioridade às pessoas, que procura acolher e acompanhar”, disse o Bispo de Angra.
Apesar das dificuldades do mundo atual, o prelado diocesano diz que este é o “momento favorável” para uma “verdadeira conversão” que seja capaz de entender as mudanças que estão a ocorrer e as necessidades das diferentes comunidades.
“Os tempos são difíceis, mas acreditamos que este é o «tempo favorável». Apesar das dificuldades do mundo actual, com uma crise a todos os níveis, este é o momento da graça – o kairos – uma oportunidade para o anúncio do Evangelho” disse o Bispo de Angra, sublinhando que. “quando tudo corre bem e se vive a vida em plenitude, não há lugar para o novo”.
O prelado diocesano, que também está presente no retiro, pediu aos sacerdotes que procurem “tomar consciência do dom do ministério sacerdotal” e sejam capazes de “reavivar o dom que receberam”, renovando “a entrega da vida” a Deus, com humildade, cientes de que “as dificuldades mundanas são grandes”. Por isso, “o retiro é tão importante”.
Repetindo os sucessivos apelos do Papa Francisco, também D. António de Sousa Braga insistiu na ideia de que não quer uma igreja “preocupada em ser o centro”, mas uma igreja que corre “o risco do encontro”, ciente de que “Cada cristão e cada comunidade há-de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede e terá a coragem de alcançar todas as periferias, que precisam da luz do Evangelho”.
Este primeiro turno de retiro do Clero que se prolonga até quinta feira, e o segundo retiro que se realiza entre 2 a 6 de fevereiro, em Angra do Heroísmo, será orientado pelo Padre Claretiano Abílio Pina Ribeiro.
Em entrevista ao Sítio Igreja Açores o sacerdote lembra a função do retiro e diz que se trata de um momento importante na espiritualidade e na revisão de vida de cada sacerdote.
“A vida de um sacerdote é hoje em dia uma correria continua e por isso, é mais necessário que os padres tenham esse tempo para corresponderem ao convite que Jesus fez aos apóstolos, quando eles regressaram da missão radiantes e Jesus lhes disse “vinde e descansai um pouco”. Este descanso não é físico mas sobretudo mental, para carregar baterias para depois continuarem a caminhada de serviço ao povo de Deus”.
O retiro vai estar centrado nas bem-aventuranças “não só porque são a magna carta de Jesus mas também porque permitem fazer a revisão de vários aspetos da vida sacerdotal”, disse ainda o pregador.
“Desde logo o desprendimento, a misericórdia, a compaixão que fazem parte dessa igreja em saída de que nos fala o Papa; a paz de que devemos ser promotores e por aí fora. É um texto inspirador que serve bem de fonte para alimentar a reflexão, a oração e daí se tirarem conclusões pastorais”.