Bispo de Angra quer novos diáconos integrados na missão da Igreja e no apoio aos mais excluídos
Diocese de Angra viveu esta tarde a ordenação de sete novos diáconos- seis diocesanos e um religioso carmelita- e a instituição de três leitores
O bispo de Angra, D. João Lavrador, desafiou, na sua homilia, esta tarde os sete novos diáconos ordenados- seis alunos do Seminário Episcopal de Angra e um religioso da Ordem do Carmo- a serem, para a comunidade cristã “motivo de alegria” e anunciadores de “uma nova esperança”.
“Conto convosco e com o vosso ministério, caros jovens, vós podeis dar à Igreja a frescura e os sonhos da vossa juventude, o entusiasmo e a generosidade da vossa entrega, o testemunho e o desafio do vosso serviço no amor aos irmãos mais excluídos da nossa sociedade”.
Na homilia da missa de ordenação, celebrada esta tarde na Sé de Angra, o prelado diocesano lembrou que estas ordenações são uma “esperança vivida e experienciada” para toda a Igreja.
“Vós jovens, na vossa entrega total ao serviço de Deus e da sua Igreja, sois para a comunidade cristã e para o mundo motivo de uma alegria e de uma esperança que vai para além dos projetos humanos”, afirmou D. João Lavrador ao lembrar que “urge proclamar caminhos novos de amor, de verdade, de justiça, de fraternidade e de paz”.
“Caros jovens, o ministério de diácono integra duas tarefas principais, o serviço da caridade e a proclamação da Palavra. Revestidos de Cristo e pelo dom do Espírito Santo pela imposição das mãos, integrai-vos na missão da Igreja, dedicando todo o vosso ser à proclamação da Palavra e ao serviço aos mais excluídos”, exortou. E, embora a proclamação da Palavra seja já em si um “serviço precioso e fundamental para tornar presente a Deus onde Ele ainda não é conhecido ou não é autenticamente vivido, urge mostrar em gestos de partilha fraterna e de serviço aos irmãos a realidade da Pessoa de Jesus Cristo como centro de toda a Palavra de Deus”.
“O exercício do ministério de diácono não é uma função individual” alertou, por outro lado, lembrando que “ todos os ministérios na Igreja são vividos e realizados na comunidade cristã. Daí que através de vós a Igreja e a comunidade diocesana se sentem mais enriquecidas, mas também mais interpeladas a caminharem, em todos os seus membros para uma comunidade de serviço, isto é uma comunidade ministerial”, acrescentou ainda o bispo de Angra.
A partir da liturgia deste domingo, o primeiro do Advento, D. João Lavrador lembrou as linhas essenciais deste tempo de espera que é igualmente um tempo de esperança.
“Estamos a iniciar uma caminhada na experiência cristã que nos leva a viver o tempo de advento como tempo de esperança, numa atitude de vigilância à maneira de quem está ansioso por se encontrar com Aquele que lhe traz a Salvação; itinerário que exige esforço pessoal e comunitário para nos deixarmos converter e elevar para a verdadeira dignidade que só Jesus de Nazaré nos pode oferecer “, disse o prelado.
A partir da liturgia do dia, que convida a uma espera vigilante e atenta, características que marcam o tempo do Advento que precede o Natal, D. João Lavrador afirmou a necessidade deste ser também um tempo de oração e de escuta da palavra de Deus.
“Esta experiência de Advento, tempo de Esperança, move-nos no desejo de encontro com o Filho de Deus e com os irmãos. Daí o convite á vigilância e ao esforço por nos ultrapassarmos na nossa rotina e mediocridade do dia a dia, de nos libertarmos das prisões que não nos deixam ver claramente Aquele que continuamente vem ao nosso encontro e o nosso compromisso em viver e transmitir a paz que nos vem de Deus e que quer atingir toda a humanidade”.
Os seis novos diáconos são alunos do 6º ano do Seminário Episcopal de Angra e são todos da ilha de São Miguel: dois da ouvidoria de Ponta Delgada – Igor Oliveira (São Roque) e Aurélio Sousa (Sete Cidades), dois da ouvidoria das Capelas, Pedro Carvalho (Santa Bárbara) e João Farias (Santo António), um da ouvidoria da Povoação, Sandro Costa (Furnas) e outro da Ribeira Grande, Nuno Pacheco de Sousa (Ribeirinha). Foi ainda ordenado diácono Frei Renato da Cruz, carmelita descalço, natural da Vila Nova, na ilha Terceira.