Entrevista pode ser ouvida no Sítio Igreja Açores
O bispo de Angra quer potenciar as novas tecnologias e colocá-las ao serviço da formação permanente na diocese, seja para a formação dos diáconos permanentes, seja na formação de leigos para outros ministérios.
“O sonho” de D. João Lavrador foi deixado numa entrevista ao programa Igreja Açores a propósito do 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais que a Igreja assinalou este domingo.
“Eu sonho, por exemplo, com uma formação de diáconos permanentes à distância; com uma formação dos diversos ministros à distância, que seria tão bonito e tão útil no nosso contexto. Quando digo no final das Jornadas de Teologia ou nas Jornadas do Instituto Católico de Cultura que não podemos ficar encerrados na sala é isso que quero dizer: é preciso levar mais longe esta formação e para isso, precisamos de colocar as novas tecnologias ao serviço deste desígnio. É isto que nós estamos a tentar fazer”, afirmou.
“Sem baixar a qualidade da formação, com rigor, com uma formação exigente, poderemos tirar dividendos dos meios digitais e pô-los ao serviço da formação” adiantou ainda o prelado lembrando que a presença física é importante mas os meios digitais são “instrumentos decisivos” para mitigar “alguns constrangimentos”. E deu como exemplo a forma “rápida e eficaz” com que a Igreja se adaptou aos tempos da pandemia.
“Neste tempo de pandemia a Igreja reinventou-se. Aproveitámos este tempo para através dos meios digitais ficarmos mais próximos das pessoas, uns dos outros. Mas isso desafia-nos para uma nova postura. O digital não substitui a presença e nós temos de ser capazes de, garantindo uma presença física, podermos também crescer a nível digital”, afirmou.
“Quando isto passar, é esta a riqueza que vai ficar e nós temos de ser capazes de a utilizar sempre na perspetiva de nos aproximarmos uns dos outros, mesmo quando o contacto físico não é possível”, refere ainda D. João Lavrador.
“Nós precisamos de participar nos afectos; o que estamos a viver é desumano- ficarmos privados de nos abraçar e de nos beijar- mas fizemos isto em nome de um bem maior. Quando for possível ultrapassarmos este isolamento a que a pandemia nos votou também as redes sociais e o mundo digital serão importantes para promover a participação. Há de chegar o dia em que daremos de novo o abraço da paz, em que nos saudamos à entrada e à saída da Igreja e nem por isso, por despertarmos e fomentarmos o sentido de comunidade, as redes digitais hão de perder a sua importância” concluiu.
Nesta entrevista que pode ser ouvida aqui no Sitio Igreja Açores, o prelado deixa um elogio rasgado aos meios de comunicação social insulares pela atenção e “especial sensibilidade” que têm revelado em relação à Igreja, especialmente o serviço público da rádio e televisão.
D.João Lavrador afirmou que a RTP Açores “está muito sensível a transmitir aquilo que a Igreja vai realizando”, mas a “grande questão” que se coloca agora “é ser capaz de harmonizar o que é a comunicação presencial, com a comunicação feita através dos meios digitais”. E, deixa uma palavra para a comunicação social regional e local, sobretudo os órgãos de informação de inspiração cristã que por todo o país, incluindo as regiões autónomas, têm a tarefa diária de ser em instrumentos ao serviço da evangelização.
“Apelamos às entidades públicas que tenham em atenção esta comunicação pois os tempos são dificeis, sobretudo neste tempo de pandemia, de isolamento”, refere o prelado destacando a importância das novas tecnologias. E deu como exemplo os Açores.
“O arquipélago hoje está muito próximo. Desde que aqui cheguei a minha principal missão tem sido aproximar os Açores do Continente e fazer com que o Continente considere os Açores mais próximos”, afirmou.