Bispo de Angra preside às celebrações do tríduo pascal na Sé

Celebrações mais importantes da Semana Santa começam na quarta feira com a celebração da missa crismal e a renovação das promessas sacerdotais

O bispo de Angra volta a presidir às principais celebrações da Semana Santa na Sé de Angra, nomeadamente a partir desta quinta-feira com o inicio do tríduo pascal, que começa com a celebração da missa da Ceia do Senhor, com o rito do lava-pés, recolha das renúncias quaresmais e procissão do Santíssimo Sacramento, às 20h00.

A Missa vespertina da Ceia do Senhor, na quinta-feira, assinala o início do Tríduo com um caráter festivo, evocando a instituição da Eucaristia, a instituição do sacerdócio e o “mandamento do amor”, no gesto do lava-pés. D. João Lavrador lavará os pés a 12 apóstolos – 6 homens e seis mulheres- pertencentes à Confraria do Santíssimo Sacramento.

No final da celebração, o Santíssimo Sacramento (hóstia consagrada que os católicos acreditam ser o próprio Jesus Cristo) é trasladado para um outro local, desnudando-se então os altares.

Antes, entre as 10h00 e as 17h00 haverá a possibilidade dos fieis participarem na celebração penitencial. Ainda na quinta-feira, entre as 21h00 e as 24h00 será feita uma Vigília de Oração.

Sexta-feira Santa, haverá Ofício de Leituras e laudes, às 11h00 e às 15h00 a celebração da Paixão do Senhor.

Este dia está centrado na contemplação da Cruz, como sinal da morte de Cristo; este é um dia alitúrgico, pelo que não há Missa; a principal celebração é, fundamentalmente, uma ampla Liturgia da Palavra, que culmina com a adoração da Cruz e a comunhão eucarística.

Às 20h00 haverá Via-sacra e procissão do Senhor Morto, pelas principais ruas à volta da Sé de Angra.

A Vigília Pascal começará às 21h30 de sábado, naquela que é a maior e a mais importante das celebrações da Igreja, uma cerimónia que integra já o calendário da Páscoa. A celebração é composta por quatro liturgias: a da Luz, em sinal de alegria, com a bênção do lume novo e o Círio; a da Palavra, que compreende nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento, com o canto do Glória e do Aleluia; a Batismal e a Eucarística.

Nesta noite, haverá batismos na Sé, sendo que o bispo batizará uma jovem adulta de 18 anos, catecúmena, que integrou a catequese de adultos desta paróquia depois de ter iniciado a sua formação noutra diocese.

O batismo de adultos não é muito significativo na diocese de Angra registando-se anualmente menos de `meia dúzia´de casos.

A celebração da Páscoa da Ressurreição do Senhor tem lugar às 11h00 de domingo.

Tríduo Pascal evoca momentos ligados à morte e ressurreição de Jesus

Este conjunto de celebrações que se desenrolam no chamado Tríduo Pascal, que remontam ao início do Cristianismo, seguindo as indicações deixadas pelos Evangelhos sobre estes acontecimentos, está ligado aos momentos da morte e da ressurreição de Jesus.

Nos primeiros séculos, as Igrejas do Oriente celebravam a Páscoa como os judeus, no dia 14 do mês de Nisan, ao passo que as do Ocidente a celebravam sempre ao domingo.

O Concílio de Niceia, no ano 325, apresentou prescrições sobre o prazo dentro do qual se pode celebrar a Páscoa, conforme os cálculos astronómicos (primeiro domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio da primavera): de 22 de março a 25 de abril.

A Páscoa é a festa central dos cristãos e já no século II há notícia da sua celebração anual.

No ano passado, o Papa Francisco, afirmava: “Durante o Tríduo Pascal, celebramos o mais importante mistério da nossa fé: a morte e ressurreição do Senhor Jesus. Os cristãos são chamados a viver estes três dias santos como matriz da sua vida pessoal e comunitária, do mesmo modo que a memória do Êxodo o é para os nossos irmãos judeus. De facto, no Tríduo, a memória do acontecimento fundamental da história humana, a morte e ressurreição de Cristo, renova na vida dos batizados o sentido da sua nova condição, como nos ensina São Paulo na Carta aos Colossenses: «Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, (…) e não as da terra». Por isso, disponhamo-nos a vivenciar esse caminho espiritual junto com Nossa Senhora, que esteve ao lado de Jesus durante a sua Paixão e encheu-se de alegria com a sua ressurreição. Assim, os nossos corações e as nossas vidas sejam realmente transformados pela força renovadora da Páscoa”.

(Com Ecclesia)

 

 

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