Festa da padroeira é uma das maiores da ilha de São Miguel
O bispo de Angra vai presidir à festa de Nossa Senhora dos Anjos, em Água de Pau, na ouvidoria da Lagoa, na ilha de São Miguel, que se realiza a 15 de agosto
A festa, que tem o seu dia grande na solenidade da Assunção de Maria aos Céus, envolve um vasto programa cívico, cultural e religioso durante quase duas semanas, desde concertos de música, teatro, exposições, lançamentos de livros, entre outros.
Trata-se de uma organização da Paróquia conta, também, com o envolvimento de todas as forças vivas da freguesia em especial os movimentos e grupos associados à comunidade religiosa de Água de Pau.
A Festa em honra da Senhora dos Anjos é uma festa de verão que reúne milhares de pessoas nesta freguesia piscatória, da costa sul de São Miguel, fortemente marcada pela emigração.
Nesta altura do ano, a vila enche-se de colorido para honrar a sua padroeira. Durante a procissão solene a imagem da Senhora dos Anjos, juntamente com mais 13 andores enfeitados pelas familias da comunidade, percorre as principais ruas da freguesia e vai recebendo ofertas em dinheiro, atirado em argolas, decoradas com flores, que são enfiadas no braço da imagem, erguido na vertical.
Além deste gesto, é também prática comum enfeitarem-se as janelas e as ruas com flores naturais.
Neste dia 15 de agosto, a Igreja Católica celebra a solenidade da Assunção de Maria aos Céus, festa profundamente enraizada na história religiosa e cultural das comunidades portuguesas e que todos os anos chama milhares de emigrantes de volta à Região Autónoma dos Açores.
Em três ilhas, particularmente, a festa é vivida com muita intensidade em várias paróquias, porque assinala também o dia da padroeira.
Em Santa Maria, por exemplo, a festa de verão religiosa é sem dúvida a de 15 de agosto, na Igreja Matriz de Vila do Porto.
Em São Miguel esta solenidade para além de ser vivida em Água de Pau, é também vivida na Ajuda da Bretanha, Fenais da Ajuda e Fajã de Baixo, que celebram as suas padroeiras.
Também na ilha Terceira há três paróquias que esta terça feira acolhem a festa da padroeira: Nossa Senhora da Guadalupe, na Agualva; Nossa Senhora das Mercês na Feteira e Nossa Senhora do Pilar, nas Cinco Ribeiras. Também no Faial, a Praia do Almoxarife recebe a festa de Nossa Senhora da Graça. Nas Flores e no Corvo a Solenidade assume um cariz importante com a festa de Nossa Senhora dos Milagres.
Todas estas festas recordam a importância de Maria para a Igreja e o modelo cristão que Ela inspira.
Em todas as comunidades, sobretudo aquelas que assinalam o dia da padroeira, há a Eucaristia e a Procissão solenes.
Durante o processo de eliminação de alguns feriados católicos e civis, motivado pela crise económica, o 15 de agosto esteve em cima da mesa como uma das alternativas mais viáveis ao entendimento entre a Igreja Católica e o Governo português. No entanto, essa possibilidade nunca chegou a confirmar-se.
A Assunção de Maria é um dogma solenemente definido pelo Papa Pio XII em 1 de novembro de 1950, segundo o qual Nossa Senhora, no termo da sua vida mortal, foi elevada ao céu em corpo e alma.
Este ano a igreja celebra o 66º aniversário da definição solene do Dogma da Assunção de Nossa Senhora em Corpo e Alma ao Céu (Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus”, 1 de Novembro de 1950).
A importância do culto a Nossa Senhora, por parte dos católicos, reside na convicção de que Maria tem uma “missão de intercessão e salvação”, pois “Nossa Senhora ao ser assunta ao Céu fica mais próxima de seus filhos aqui na terra, intercedendo por eles junto a Jesus, e torna-se um sinal luminoso da vida futura que esperamos” como referiu a seu tempo o atual papa emérito Bento XVI.
Este ano a igreja celebra o 64º aniversário da definição solene do Dogma da Assunção de Nossa Senhora em Corpo e Alma ao Céu (Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus”, 1 de Novembro de 1950).