Diocese precisa de despertar, através de ações concretas, para a importância do Ecumenismo.
O Bispo de Angra disse hoje, em declarações ao Portal da Diocese, que a Semana da Oração pela Unidade dos Cristãos não deve ser apenas um momento mas deve materializar-se em gestos e ações concretas ao longo de todo o ano.
“Esta semana levanta preocupações muito importantes que deveriam estar constantemente no nosso pensamento não só neste período mas ao longo de todo o ano”, referiu o prelado diocesano, lembrando que se “corre o risco de criarmos rotinas que se esgotam num espaço e num tempo”.
Para D. António de Sousa Braga a assinatura da declaração de reconhecimento mútuo do Batismo entre as Igrejas Católica, Lusitana, Presbiteriana, Metodista e Ortodoxa, em Lisboa, no encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que contará com a presença do cardeal Patriarca, D. Manuel Clemente, “é um gesto muito importante no caminho do diálogo ecuménico” mas “tem de se prolongar no espaço e no tempo”.
“É importante que as preocupações e gestos concretos se manifestem e se realizem ao longo de todo o ano e constituam uma prioridade de todos os cristãos”, refere o responsável da Diocese de Angra.
Mas “tão importante como o diálogo será a nossa capacidade de acolher e valorizar os dons dos outros” adianta D. António de Sousa Braga que apela a uma “maior consistência e consequência” do diálogo ecuménico.
O Prelado da Diocese de Angra lembra a este propósito a experiência do Canadá, país inspirador do tema que este ano animou a Semana da oração pela Unidade dos Cristãos, definido pelo Conselho Mundial de Igrejas e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos – “Estará Cristo dividido?”, uma interpelação conhecida do apóstolo Paulo aos cristãos de Corinto e que é transposta à esfera cristã de hoje, que permanece muito dividida.
“A reflexão ecuménica do Canadá traz ensinamentos muito importantes feita a partir da sua larga experiência no multiculturalismo e, sobretudo apresenta sugestões que devem ser atendidas por nós porque vão na linha do que defende o Papa Francisco”, refere o Bispo de Angra.
O documento preparatório elaborado no Canadá conclui que “devemos tratar-nos com dignidade e respeito uns aos outros e também à terra em que cada um vive. Este reconhecimento convocou-nos à confissão e ao arrependimento, e a procurar vias novas e sustentáveis de habitar a terra”.
“Devemos sempre lembrar-nos que somos peregrinos e peregrinamos juntos. Para isso, devemos abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus”, conclui o texto.
“Este é o passo que precisamos de dar” adianta, ainda, D. António de Sousa Braga pois “não se trata apenas de receber informações sobre os outros para os conhecermos melhor, mas de recolher o que o Espírito semeou neles como um dom também para nós”, refere o Bispo de Angra citando o papa Francisco na Exortação Apostólica Alegria do Evangelho.
O Bispo de Angra reconhece, ainda, que na Diocese este é um assunto “que precisa despertar consciências” e “ de ser valorizado” . Por isso, convida os responsáveis diocesanos pelo ecumenismo a promoverem mais iniciativas.
A Semana da Oração pela Unidade dos Cristãos termina este sábado. Em Portugal o ponto alto das comemorações será assinalado com a assinatura de uma declaração conjunta de reconhecimento mútuo do Batismo entre várias igrejas em Lisboa.