Bispo de Angra pede aos sacerdotes para serem “ministros construtores da esperança”

Jornadas de Formação do Clero arrancaram esta manhã em Ponta Delgada, reunindo mais de 60 sacerdotes de quase todas as ilhas

Foto: Igreja Açores/CR

O bispo de Angra convidou esta manhã o clero diocesano, no início das Jornadas de Formação do Clero, que decorrem em Ponta Delgada, até à próxima quinta-feira, a ser “ministro construtor da esperança”.

“Neste momento em que assistimos a um tempo obscuro, com a afirmação de radicalismos, a contestação de políticas inclusivas, onde até se favorecia a convergência de valores, é imprescindível mantermos firmes a esperança, uma esperança fundamentada numa força maior que dá uma nova direção e um novo rumo” disse D. Armando Esteves Domingues.

“Este jubileu chama-nos a sermos peregrinos,  ministros e construtores da esperança”, sobretudo “a sermos construtores de ambientes de esperança” disse o prelado , convidando cada um dos padres presentes a fazê-lo “num ambiente familiar, num horizonte alargado como povo de Deus, em que todos somos peregrinos”.

“Sejamos cada um instrumentos de uma graça que não é nossa mas de Deus”, disse ainda recordando que a esperança “não é uma estação de paragem ou de destino mas uma pessoa que fortalece a nossa esperança”.

“Sem esperança ficamos paralisados e ficamos presos à nossa revolta e desamor” disse ainda D. Armando Esteves Domingues no arranque desta jornada formativa, na qual estão inscritos mais de quatro dezenas de sacerdotes de sete, das nove ilhas dos Açores.

As Jornadas de Formação do Clero, que se realizam entre 18 e 20 de fevereiro, no Centro Pastoral Pio XII em Ponta Delgada, têm como tema “A Esperança não engana”, e reúnem nomes como o Patriarca Emérito de Lisboa, D. Manuel Clemente; o reitor do Seminário de Coimbra, padre Nuno Santos e Isabel Galriça Neto, médica e especialista em cuidados paliativos, que fará uma conferência no Convento da Esperança, sobre a esperança na doença, esta quarta-feira, às 21h00.

A iniciativa, promovida pelo Serviço de Coordenação da Formação Diocesana em articulação com a Vigararia do Clero, visa proporcionar aos sacerdotes açorianos uma reflexão sobre a virtude teologal da esperança e a sua importância no ministério pastoral.

Foto: Igreja Açores/CR

manhã do primeiro dia está reservada a “temas propedêuticos”, convidando a uma “leitura histórica da presença da esperança na história da humanidade e da Igreja”, procurando uma análise da sociedade civil e do papel da Igreja como impulsionadora da esperança, numa alocução feita pelo presidente do parlamento açoriano, Luís Garcia.

Ainda da parte da tarde, intervirá o padre Nuno Santos, reitor do Seminário de Coimbra, com a conferência “A esperança que brota do Evangelho.

Nos restantes dias, a reflexão irá incidir sobre o específico da esperança cristã, tendo em conta a sua fundamentação bíblica. Neste capítulo haverá oportunidade para refletir sobre o documento papal mais recente, a carta encíclica Dilexit no (Amou-nos), cuja reflexão estará a cargo do Vigário Episcopal para o Clero, padre José Júlio Rocha.

Os restantes momentos das jornadas debruçar-se-ão sobre a esperança na espiritualidade própria do sacerdote, sobretudo nos momentos de crise e fracasso. Destaca-se, por fim, no último dia, um painel dedicado ao lugar da esperança nos momentos limite da vida, como a doença, a morte e o luto, com intervenções de Isabel Galriça Neto, especialista em cuidados paliativos e o presidente da Comissão Diocesana da Pastoral da Saúde, padre Paulo Borges.

Formação do Clero diocesano centrada na Esperança

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