Diocese de Angra assinala solenidade da Assunção da Virgem Maria em todas as paróquias. Prelado diocesano preside às Festas da ilha de Santa Maria, sua terra natal
A solenidade da Assunção de Nossa Senhora é uma data festiva que “nos convoca” a ter “esperança” apesar “de todas as crises que atravessamos” e a “arriscar no encontro”, disse esta sexta feira o Bispo de Angra, que presidiu às Festas em honra de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da ilha de Santa Maria, na Igreja Matriz de Vila do Porto.
Na ilha onde nasceu, o prelado diocesano voltou a exortar os cristãos açorianos a terem fé e a concretiza-la no dia a dia, ajudando e amando o próximo, nesta vida, apesar das “desilusões e das adversidades”, atendendo sempre “aos mais fracos e humildes, tal como Jesus fez com a sua serva”.
“Assistimos, tanto ao fim de um mundo, como ao fim de um certo cristianismo. A Igreja deixou de constituir a referência implícita e a matriz da nossa paisagem global. No entanto, essa “exculturação” (expulsão, do âmbito da cultura, das referências cristãs e da instituição eclesial) caminha a par e passo com os fenómenos de ressurgimento da fé sobre novas bases”, disse D. António de Sousa Braga.
“Urge, pois, uma nova proposta, que implica proximidade, acolhimento, acompanhamento. É o tal «risco do encontro» – de que fala o Papa Francisco – a tal «arte de acompanhamento», que nos leva «a descalçar sempre as sandálias diante da terra sagrada do outro “, sublinha ainda o Bispo de Angra.
O responsável pela igreja católica nos Açores insistiu, assim, numa ideia que tem vindo a defender e que serve de mote para o novo ano pastoral diocesano que se prende com a necessidade da igreja diocesana ser uma “igreja de portas abertas em saída missionária”.
“Temos de ir ao encontro das pessoas, para lhes comunicar a esperança do futuro, que compromete no presente”, diz o Bispo de Angra correspondendo aos apelos do Papa Francisco, que exorta a Igreja a entrar numa nova etapa evangelizadora, já “que o nosso tempo éfavorável do anúncio do Evangelho”.
D. António de Sousa Braga realçou que a sociedade já não vive em “regime de cristandade em que a sociedade era homogénea e a grande maioria dos cidadãos eram crentes e praticantes: uma igreja por paróquia, com pároco residente, em que os fiéis eram, de algum modo, enquadrados no corpo eclesial, desde o nascimento até à morte”.
Depois, convidou os açorianos a seguirem o exemplo de Maria na fé, acreditando num mundo melhor, “à semelhança do reino de Deus”.
” O Seu Reino não é um além imaginário, colocado num futuro, que nunca mais chega; o Seu Reino está presente, dia após dia, sem perder o ardor da esperança, num mundo que, por sua natureza, é imperfeito”, sublinhou D. António de Sousa Braga.
A solenidade da Assunção da Virgem Maria foi celebrada esta sexta feira em todo o arquipélago dos Açores, mas particularmente nas ilhas de Santa Maria, Terceira e São Miguel.
Na Terceira, sede da Diocese de Angra, foi celebrada na Sé uma missa ecuménica com a participação de mais de 500 pessoas, músicos e bailarinos, representantes de doze nacionalidades diferentes, tantas quantas as nacionalidades presentes no Festival Internacoional de Folclore dos Açores que decorre na ilha desde o passado dia 10 de Agosto. Esta celebração foi presidida pelo Vigário Geral da Diocese, Pe Hélder Fonseca Mendes.
Em São Miguel, a Assunção da Virgem coincidiu com festas de padroeiras em pelo menos quatro paróquias: Ajuda da Bretanha, Fenais da Ajuda, Fajã de Baixo e Água de Pau
Na Ajuda a pregação foi assegurada pelo reitor do Seminário Episcopal de Angra, Pe Helder Miranda Alexandre. Em Água de Pau, a festa em honra da Senhora dos Anjos, a mais importante a seguir às festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, pela sua expressão popular, foi presidida pela primeira vez pelo Vigário Episcopal para a ilha de São Miguel, Pe Cipriano Pacheco.
Em todas estas comunidades realiza-se ainda a procissão solene.