D. António de Sousa Braga elogia a entrega da vida consagrada.
O mundo, para ser melhor, precisa de cristãos iluminados e decididos a uma “prática de bondade, justiça e verdade”, disse este domingo o Bispo de Angra durante a eucaristia de ação de graças que decorreu no Mosteiro das Clarissas, nas Calhetas, em Rabo de Peixe, por ocasião da celebração das Bodas de Ouro de Profissão Religiosa de Madre Verónica, a abadessa do convento.
“Viver como «filhos da luz» consiste em por em prática a bondade, a justiça e a verdade, tradução, na vida concreta, da semente de vida nova recebida no Batismo. O mundo, mais do que nunca, precisa deste testemunho de vida nova dos batizados, crismados e consagrados”.
O contributo de cada um dos cristãos, diz o prelado diocesano, é “indispensável para tornar possível um futuro diferente e melhor para a humanidade”.
É este, de resto, o desafio colocado pela Igreja nesta quarta semana da Quaresma, em que cada cristão é convidado a renovar os seus votos do batismo e a converter-se.
“Como explica o Papa Francisco, aqueles que se deixam salvar por Deus são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria”, sublinha D. António de Sousa Braga.
O Bispo de Angra, depois de meditar sobre o Evangelho deste domingo – que apresentou o episódio da cura do cego de nascença, como o sinal mais evidente da Obra de Deus, “numa autêntica catequese sobre o batismo como banho de regeneração e de vida nova”- deixou uma plavra especial para a celebração dos 50 anos de Profissão Religiosa da abadessa do Mosteiro das Clarissas, uma das fundadoras do Convento de Nossa Senhora das Mercês.
“Com ela, queremos dar graças a Deus pelo dom da Vida Consagrada e por tudo o que significam, na Igreja de hoje e também na nossa Diocese, as comunidades religiosas de clausura”, disse D. António de Sousa Braga.
Apesar do mundo de hoje e das diversas solicitações, os consagrados, e especialmente os contemplativos, são o exemplo de que “é possível viver de um modo diferente, de fazer ou de agir”, “deixando tudo para seguir o Senhor”, frisou o responsável pela Diocese de Angra lembrando que não se trata de qualquer “radicalismo” mas de “uma entrega” que deve servir de exemplo a todos os cristãos.
“Os religiosos devem ser homens e mulheres capazes de despertar o mundo, com o testemunho profético, através de presenças significativas, nas periferias existenciais da vida em sociedade”, sublinha D. António de Sousa Braga na esteira do que tem dito o Papa Francisco que recomendou que o próximo ano de 2015 seja um ano dedicado à vida consagrada.
Relativamente às irmãs contemplativas, D. António de Sousa Braga lembrou que é preciso “rejuvenescer a comunidade” para “despertar novas vocações” para o Mosteiro que atualmente tem oito irmãs – quatro madeirenses e quatro açorianas, com uma elevada média etária- que vivem do apoio da comunidade local, de amigos e benfeitores.