Bispo de Angra diz que a situação atual do país “exige escolhas concretas dos portugueses”

D.António de Sousa Braga acaba de fazer uma nota pastoral apelando ao voto nas eleições legislativas de outubro

A obrigação de votar “é tão séria” como “a de ir à missa”, ainda mais se se tiver em conta a “situação atual” do país que exige dos portugueses “escolhas concretas” refere o Bispo de Angra, na Nota Pastoral a que o Sítio Igreja Açores teve acesso esta quarta-feira.

“Para o cristão, a obrigação de votar é tão séria como o de ir à Missa ao Domingo. Aliás, se para alguém fosse incompatível ir votar e ir à Missa, prevaleceria a obrigação de votar, que não é tão frequente como a Missa Dominical”. Diz D. António de Sousa Braga.

Na Nota pastoral o bispo de Angra sobre eleições legislativas 2015, dirigida às “comunidades cristãs”, intitulada “Votar: dever do cidadão”, o prelado diocesano sublinha que “um cristão, que quer ser cidadão responsável e comprometido, não pode deixar de ir votar, no dia das eleições. Tanto mais na situação atual, que exige que os portugueses façam escolhas concretas, que definam o seu futuro”.

Por isso, acrescenta, no dia das eleições, no próximo 4 de Outubro, “não podemos ficar em casa, deixando que uma minoria escolha por nós. Cada um/a tem de assumir as próprias responsabilidades e escolher, votando”.

O Bispo de Angra lembra o sublinhado que os Bispos portugueses fizeram em abril passado, no final da Assembleia da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a “necessidade de a sociedade portuguesa assentar numa base comum de valores sociais e humanistas” e o que ela “ganharia se tivesse em conta princípios do pensamento social cristão, tão acentuado na programática Exortação Apostólica .

D. António de Sousa Braga recorda, por outro lado, as palavras do Papa Francisco quando, no final da audiência geral de 19 de agosto, alertou que “a gestão do emprego é uma grande responsabilidade humana e social, que não pode ser deixada nas mãos de poucos ou descarregada num mercado divinizado… As políticas laborais têm de ser desenhadas em função do bem comum, em vez do lucro de poucos ou do mercado”.

Neste sentido, o prelado conclui que “o bem comum é, por definição, o bem de todos. Não pode ser deixado nas mãos invisíveis da economia de mercado”.

“ A sociedade europeia precisa do contributo da visão humanista da Doutrina Social da Igreja, que tem a sua aplicação na realização dos princípios da solidariedade e da subsidiariedade” frisa o responsável pela Igreja açoriana reforçando a importância de serem observados os princípios da “subsidiariedade; solidariedade e uma preferência pelos últimos”.

As eleições legislativas realizam-se no próximo dia 4 de outubro.

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