Bispo de Angra desafia os cristãos a aprofundarem “a identidade comum em Cristo”

D. António Sousa Braga presidiu a celebração neocatecumenal em Angra

A consciência de uma identidade comum em Cristo “convida-nos a trabalhar para levar uma resposta às questões que nos dividem ainda”, disse, na sua homilia, este sábado o Bispo de Angra durante uma celebração das comunidades neocatecumenais na Ilha Terceira, que acabou por assinalar também a semana da oração pela Unidade dos Cristãos, na diocese de Angra.

“Somos chamados, como os discípulos no caminho de Emaús, a partilhar as nossas experiências e assim descobrir que, na nossa comum peregrinação, Jesus Cristo está no meio de nós” disse D. António de Sousa Braga.

“Ser um povo sacerdotal é estar ao serviço do mundo” referiu o prelado diocesano sublinhando que os cristãos são chamados a viver a santidade e a testemunhar os “altos feitos de Deus” logo pelo batismo. Por isso, “a graça de Deus deve ajudar-nos a implorar o perdão, pelos obstáculos que colocamos à reconciliação e à cura, a acolher a misericórdia e a crescer na santidade”.

Depois deixou um desafio a todos os cristãos.

“Deus não nos escolheu por privilégio. Ele tornou-nos santos, sem por isso dizer que os cristãos são melhores do que os outros. Ele escolheu-nos com uma finalidade bem definida. Só seremos santos, se nos comprometermos ao serviço de Deus. E servi-Lo é sempre transmitir o seu amor a toda a humanidade” adiantou ainda.

O Bispo de Angra citou várias passagens dos textos da Biblia para lembrar que, tal como Deus procurou salvar os humanos no decorrer da história da Salvação, também os cristãos o devem fazer em relação ao resto da humanidade.

“É um desafio permanente mantermos a consciência, dia após dia, desta identidade nova em Cristo. Efetivamente, o Baptismo inicia a aventura de um novo itinerário de fé, pelo qual todo o cristão se insere no Povo de Deus, através dos tempos. A Palavra de Deus — quer dizer, as Escrituras, a partir das quais os cristãos de todas as tradições rezam, estudam e reflectem estabelece entre eles uma comunhão real, apesar de ainda incompleta”, concluiu o prelado lembrando que deve haver “um empenho e um compromisso sérios” no sentido de uma maior unidade.

O Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos que este ano evoca experiências de guerras, conflitos e violências que afetaram muitos povos da Europa a partir da reflexão proposta pelas Igrejas da Letónia, decorre até dia 25 de janeiro.

‘Chamados a proclamar as obras maravilhosas do Senhor’, da Primeira Carta de São Pedro (1 Pedro 2, 9), é o tema desta semana que quer reforçar identidade comum dos cristãos e as tentativas de resposta às respostas que ainda os dividem.

 

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