Bispo de Angra desafia clero açoriano a ser “fiel ao mando divino e à realidade do mundo presente”

D. João Lavrador presidiu esta manhã à primeira de três celebrações onde o clero diocesano é convidado a renovar as suas promessas sacerdotais

O bispo de Angra exortou, na sua homilia, o clero da Vigararia Nascente (São Miguel e Santa Maria) a realizar os mesmos passos de Jesus, a viver a mesma alegria e a desenvolver a mesma missão no mundo.

“Hoje, no contexto da nossa Igreja diocesana e do mundo actual, somos convidados a deslocarmo-nos até ao local onde Deus nos quer vivificar com a Sua Palavra, renovar na unção sacerdotal e fortalecer na missão evangelizadora” disse D. João Lavrador na homilia da missa concelebrada na igreja Matriz de São Sebastião, em Ponta Delgada, com o clero da Vigararia Nascente (São Miguel e Santa Maria).

“A força, os fundamentos, a pedagogia e a fidelidade da acção pastoral recolhem da realidade de sermos enviados por Jesus Cristo todo o seu sentido e finalidade” disse o prelado lembrando que é do exemplo de Jesus, “nas Suas Palavras, nos Seus gestos e no Seu testemunho” que advém a força “ de ser sacerdotes fiéis ao mando divino e à realidade do mundo presente”.

Esta foi a primeira de um conjunto de três celebrações a que o prelado vai presidir nos próximos três dias nas ilhas de São Miguel, Pico (amanhã às 12h00 na igreja da Madalena com o clero da Vigararia do Ocidente) e na Terceira (dia 28 às 20h00 com o clero da Vigararia do Centro) e na qual  convida todos os presbíteros a renovarem as suas promessas sacerdotais.

A renovação destas promessas é um dos ritos presentes na Missa Crismal, onde são benzidos os santos óleos (dos doentes, dos catecúmenos e do crisma) que, por tradição, reúne à volta do bispo diocesano, durante a Semana Santa antes do inicio do tríduo pascal, todo o clero diocesano. Esta missa terá lugar na Sé de Angra, na próxima quarta feira, e por motivos de geografia e de deslocação inter ilhas, D. João Lavrador antecipou, de certa forma,  e de maneira descentralizada, outras celebrações.

Esta segunda feira teve lugar a primeira celebração com o clero das ilhas de São Miguel e Santa Maria.

D.João Lavrador centrou a sua reflexão naquela que é a missão essencial do presbítero e a sua “responsabilidade acrescida” como educador da fé.

“Temos por obrigação estar no meio do Povo de Deus, caminhando no interior da comunidade cristã, mas como exemplo de fidelidade a Jesus Cristo e de comunhão eclesial” disse o bispo de Angra convidando os sacerdotes a desinstalarem-se e a saírem de uma certa acomodação.

“Estamos perante a exigência de nos situarmos no essencial da nossa missão que nos orienta para os dinamismos da evangelização no mundo actual e para o apelo a uma renovação e actualização do mistério e da actuação pastoral que exigem de nós desinstalação, abertura interior, redobrada generosidade, anseio para melhor conhecer o mistério de Deus Revelado e da Sua Igreja através da formação permanente que deverá atingir todos os aspectos da nossa vida”, sublinhou D. João Lavrador.

O prelado diocesano, que preside pelo terceiro ano às celebrações da Semana Santa na Diocese de Angra, lembrou o sentido da “caridade pastoral” e desafiou os presbíteros (perto de centena e meia em toda a diocese) a serem homens atentos ao mundo.

“Para sermos fiéis à missão evangelizadora da Igreja no mundo actual não podemos ceder à tentação de estagnarmos ou de nos agarrarmos às seguranças do mundo que nos tiram a liberdade para uma verdadeira acção pastoral renovada” disse defendendo para o efeito “a formação continua, a partilha constante e a busca de métodos sempre novos”. E, para manter “a frescura e a alegria da primeira hora na acção pastoral” a que foram chamados, o bispo de Angra aponta como `receita´ a vivência da comunhão, da alegria e da partilha.

“Não somos nós os autores da missão da Igreja que é a mesma missão de Jesus Cristo. Só na comunhão com Deus e na comunhão com a Igreja, vivida em presbitério estamos capacitados para agir em nome de Jesus Cristo Cabeça da Sua Igreja”, disse.

“Renovar continuamente a condição de enviados por Jesus Cristo como Seus Apóstolos e escutar permanentemente as condições evangélicas para ser Seu discípulo são fundamentais para uma acção pastoral feita na fidelidade a Deus e ao homem de hoje”, precisou ainda.

“Só nesta interioridade que nos vem da Palavra de Deus, da oração assídua, da vivência profunda dos sacramentos e na experiência do amor fraterno é possível interpretar e discernir os Sinais dos Tempos com os quais o Espirito Santo nos interpela para uma fecunda acção evangelizadora” concluiu.

Amanhã o bispo de Angra preside a uma nova celebração na Igreja da Madalena do Pico, ilha onde tem estado em visita pastoral e, na quarta feira, já precedendo o inicio do tríduo Pascal e na catedral diocesana presidirá à Missa Crismal, às 20h00, na Sé de Angra do Heroísmo.

 

 

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