Bispo de Angra desafia açorianos a deixarem os “apegos pessoais”

D. João Lavrador presidiu à celebração que assinalou os 500 anos da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, na Ribeira Grande

O exemplo da transfiguração de Jesus Cristo estimula a um novo compromisso que liberte “dos nossos apegos e das nossas prisões e amarras” disse esta tarde o bispo de Angra na homilia da Missa de Ação de Graças pelos 500 anos da dedicação da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.

“Somos constantemente interpelados a deixar os nossos apegos, as nossas prisões e as nossas amarras e a libertar-nos”, disse D. João Lavrador.

“O que temos a alcançar já não se localiza numa terra diferente mas numa vida nova, com critérios distintos do mundo, com valores mais humanos e com a comunhão com Deus e com os irmãos que dará sentido à vida que se orientará pelos valores do Reino de Deus” sublinhou o prelado exortando a comunidade ribeiragrandense, em especial, a um novo compromisso.

“Deixa o que neste tempo te prende e não te deixa viver a vida de Deus, fundamento da nossa existência, e parte ao encontro de uma vida nova vivida na comunidade onde se experimenta o Reino vivido, convivido e anunciado por Jesus Cristo”, acrescentou o bispo de Angra.

“A Matriz da Ribeira Grande celebra hoje em festa os 500 anos da edificação desta Igreja que ao longo de cinco séculos foi sinal do dinamismo de uma comunidade cristã, aqui se educou na fé, se celebraram os mistérios da fé e se manifestou a misericórdia e a ternura de Deus através da partilha fraterna” frisou D. João Lavrador.

O bispo de Angra destacou que a escuta da palavra de Deus e a oração são um só caminho para a transfiguração da vida de qualquer cristão. E, neste tempo que é a Quaresma, “a marca principal deste itinerário é a celebração da Eucaristia, a Ceia Pascal vivida pela comunidade cristã que quer celebrar e comprometer-se com a Páscoa de Jesus Cristo pela qual nos oferece a plenitude dos Seus dons e nos alimenta com a Sua vida”.

O prelado lembrou que o `episódio´ da transfiguração mostra a importância da conversão e consequentemente “de uma vida nova”. Recordando a Carta de São Paulo aos Romanos o prelado lembrou que “os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que há-de revelar-se em nós”.

“O tempo de quaresma apresenta-se como uma possibilidade de conversão, de transformação e por isso de transfiguração. Com o olhar colocado na Páscoa do Senhor, cada cristão e cada comunidade cristã são chamados a configurar a sua vida com a de Jesus Cristo”.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, da Ribeira Grande, está a celebrar o 500º aniversário da sua dedicação. O programa celebrativo termina em novembro. Até lá a paróquia da costa norte da ilha de São Miguel vai promover encontros, formações e iniciativas que renovem “o compromisso de uma verdadeira comunhão eclesial” como referiu ao Igreja Açores o ouvidor, Pe Manuel Galvão.

 

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