D.João Lavrador presidiu à missa do Jubileu dos Catequistas na ilha Terceira
O bispo de Angra afirmou esta tarde que uma educação que não tenha em conta os valores cristãos e não permita o envolvimento da igreja será sempre uma educação vazia.
Na homilia que proferiu na missa de encerramento do Jubileu dos Catequistas da ilha Terceira, celebrada na Sé de Angra e transmitida pela Rádio Renascença, D. João Lavrador lembrou que o sistema educativo não pode prescindir da “visão harmoniosa e global do ser humano” que a igreja “por missão divina” desenvolve.
Tendo por horizonte a Semana Nacional de Educação Cristã que se celebra entre 21 e 30 de outubro, o prelado insurgiu-se contra “uma cultura que se apropria da educação para interesses particulares e de grupo esvaziando-a da sua mais sublime missão que é construir a pessoa na sua integralidade e na sua transcendência”.
Por outro lado, denunciou, também “uma sociedade que ideologiza a educação tornando a pessoa humana objecto de interesses políticos e económicos, cerceando-lhe a sua plena identidade e realização e transformando-a em número de contabilidade social”.
Face a esta realidade, diz o responsável pela igreja insular, “exige-se o despertar de todos os intervenientes com responsabilidade prioritária na educação, a família, a própria pessoa, as comunidades, onde se inclui a Igreja, e o Estado com poder supletivo”.
“Educar é formar para a liberdade autêntica que só se poderá possuir através da busca árdua da verdade, do empenho afincado na comunhão e no amor, na descoberta da beleza e do bem” precisa o bispo de Angra.
O prelado recuperou o essencial da Nota Pastoral que a Comissão Episcopal da Educação Cristã publicou a propósito desta semana, nomeadamente “a urgência de promover uma educação que seja integral, que promova o desenvolvimento harmonioso das pessoas, que alicerce a justiça, a paz e o bem estar das sociedades”, afirmando que existem quatro critérios que exigem uma presença efetiva da igreja na educação.
O primeiro critério é a consciência de que educar “é uma caminhada e por isso, reveste-se de dinamismo, de progresso de crescimento contínuo até à plenitude”. O segundo evoca as referências a propor na educação, e que, para os cristãos, é Jesus Cristo. O terceiro critério refere-se à educação como promotora de fraternidade e de comunidade. E, por último, propõe que educar é “formar agentes e mudança para operarem uma verdadeira “Transformação social”.
“Toda a educação deve integrar a pessoa numa comunidade e deve ser promotora de fraternidade. Mas dada a fragilidade humana, sem a intervenção de Jesus Cristo que se aproxima de cada pessoa, são muitos os obstáculos que se colocam à verdadeira fraternidade e à valorização comunitária”, adianta o prelado diocesano.
“A resposta a este mundo em guerra, que se manifesta de diversas formas, só poderá vir da comunhão vivida e convivida na fraternidade” destaca lembrando que “o sonho de um mundo novo exige pessoas que se entreguem corajosamente à sua concretização”.
- João Lavrador lembrou ainda a importância dos meios para a educação cristã, que devem ser valorizados pelas famílias, pela comunidade e pela sociedade em geral.
Neste domingo em que se assinala o Dia Mundial das Missões, D. João Lavrador frisou que a missão “é essencial na vida do cristão e da comunidade cristã”, porque é “a causa fundamental da evangelização”.
O Jubileu dos catequistas da ilha Terceira reuniu esta tarde, no Seminário Episcopal de Angra, jovens e catequistas de todas as zonas pastorais da ilha que apresentaram trabalhos sobre a Misericórdia, desenvolvidos ao longo do último ano pastoral.
O encontro teve duas partes: uma primeira mais formativa orientada pelo bispo de Angra e pelo responsável diocesano pelo Serviço de Apoio à Evangelização e Catequese, Cónego Ângelo Valadão, e depois uma parte mais performativa com a apresentação dos trabalhos.
O Jubileu dos Catequistas terminou com a passagem pela Porta Santa da Sé, seguida da celebração eucarística.