D. António de Sousa Braga diz que o convite pessoal será feito durante a visita Ad limina em setembro
O Bispo de Angra vai convidar o Papa Francisco para visitar os Açores aquando da sua deslocação a Portugal, em 2017, para participar no centenário das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos.
“Tenho intenção de formalizar verbalmente o convite que é feito por carta para vir aos Açores em 2017” disse D. António de Sousa Braga ao Sítio Igreja Açores esta quarta feira, justificando o convite com o facto do Santo Padre estar “tão focado” nas periferias.
“O Papa Francisco fala muito das periferias , por isso, vindo a Portugal faria todo o sentido que visitasse a região mais ultraperiférica da União Europeia, uma porta erguida entre dois mundos: a Europa e a América”, sublinhou o Bispo de Angra dizendo que os Açores constituem “o ponto de encontro entre dois continentes e isso faz desta região uma região especial”.
“Julgo que interpreto bem o sentimento dos açorianos que gostariam de ver o Papa de novo nos Açores”, disse ainda D. António de Sousa Braga que adiantou já ter tido “alguns contactos preliminares” nesse sentido e, por isso, está “otimista” quanto a uma resposta positiva.
“Tanto quanto sei os locais de passagem nas visitas é o Papa que os define ou pelo menos tem uma opinião muito preponderante e tendo conhecimento dos Açores, do seu estatuto ultraperiférico, poderá sentir-se motivado a seguir o exemplo de São João Paulo II” concluiu o prelado destacando que “seria uma honra para todos”.
O Bispo de Angra vai encontrar-se com o Papa Francisco por duas vezes no mês de setembro, em Roma. Uma das audiências está agendada para o dia 7 de setembro e trata-se da audiência geral aos bispos portugueses no âmbito da visita ad limina, que decorre entre 7 e 12 de setembro. Uma segunda vez será quando o Papa fizer a audiência geral com todas as províncias eclesiásticas, o que constituirá “de certa forma uma novidade curiosa”.
Esta será a terceira visita ad limina em que participa o Bispo de Angra desde o inicio do seu episcopado, que já leva 19 anos. Curiosamente as três visitas coincidem temporalmente com os três últimos pontificados.
“Tive o privilégio de estar com João Paulo II, Bento XVI e agora com Francisco”, disse ainda D. António de Sousa Braga que anuncia ter ainda uma outra questão “do foro pessoal” que gostaria de colocar à Congregação dos Bispos a propósito da bula de criação da diocese.
“A Aequum reputamus– a bula que criou a nossa diocese a 5 de novembro de 1534- não contempla a ilha de Santa Maria. Não sei se se tratou de um erro do copista ou de um erro dos serviços. É uma questão de curiosidade saber o porquê desta omissão, ainda por cima, porque se trata da minha terra”, disse o prelado afirmando que vai levantar a questão que “carece de uma investigação histórica”.
De resto, quando à visita propriamente dita adianta que não espera grandes novidades.
“Está tudo devidamente programado. Trata-se de uma visita quase de cortesia e que tem o valor simbólico de nos aproximar mais da Cúria romana. Não espero que daqui surjam muitas novidades”, concluiu o Bispo de Angra que vai passar os próximos 15 dias em Santa Maria, presidindo às festas do 15 de Agosto, em Vila do Porto.
A visita Ad limina é um momento de encontro com o Santo Padre e com os diferentes dicastérios da Cúria Romana e realiza-se habitualmente de cinco em cinco anos.
Esta visita programada para o mês de setembro, integra uma comitiva que será encabeçada pelo cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da CEP, D. Manuel Clemente, deverá contar com cerca de 40 elementos, entre bispos e outros representantes católicos.
A última visita aconteceu em 2007.